A OMS (Organização Mundial da Saúde) acaba de lançar uma nova campanha que define o ano de 2020 como o Ano do Enfermeiro e da Parteira (1). A ação visa homenagear quem dedica sua vida profissional a atender necessidades diárias e essenciais da população. O objetivo é, além de reverenciar o trabalho desses profissionais, destacar as condições desafiadoras que eles enfrentam em suas rotinas defendendo o investimento em melhorias para a classe.
Segundo dados divulgados pela organização, para que o mundo seja capaz de oferecer uma cobertura de saúde universal, são necessários 18 milhões de novos trabalhadores dedicados à saúde. E, mesmo chegando a 2020 com 22 milhões de enfermeiros e 2 milhões de parteiras em atuação, o déficit desses profissionais ainda é alto: dos 18 milhões de trabalhadores que o globo precisa, metade – 9 milhões – são enfermeiros e parteiras.
A campanha surge para reforçar que o mundo só conseguirá oferecer um atendimento de qualidade com um número suficiente de enfermeiros e parteiras bem treinados, instruídos, regulamentados, recebendo remuneração e reconhecimento proporcionais aos serviços e à qualidade dos cuidados que prestam.
Responsáveis por uma infinidade de ações que articulam os principais cuidados básicos, enfermeiros e parteiras atuam inclusive com:
- Prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças transmissíveis (como HIV, tuberculose e malária) e de doenças não transmissíveis;
- Serviços relacionados à saúde sexual e reprodutiva incluindo planejamento familiar, cuidados de saúde materna e neonatal, imunização e apoio à amamentação.
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Participação ativa da classe na campanha – A OMS, por intermédio da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) convoca profissionais da área de enfermagem a compartilhar histórias de sucesso na profissão. As entidades estão coletando relatos, boas práticas, estudos de caso e experiências diversas de trabalhadores da região das Américas para englobar à publicação “Perspectivas e Contribuições de Enfermeiros na Região das Américas para alcançar a Saúde Universal e a Atenção Primária à Saúde”.
O documento está sendo formatado pela OPAS em parceria com a Faculdade de Enfermagem da Universidade de Illinois, em Chicago (EUA), e será lançado em maio de 2020 na celebração do Dia Internacional do Enfermeiro.
Para participar, profissionais do setor devem preencher um formulário (clique AQUI para acessar o material disponibilizado pelo COFEN) e enviá-lo, preenchido, para o e-mail cassianis@paho.org. O assunto da mensagem deve ser “Publicação: contribuições da enfermagem na APS e na ampliação do acesso para a saúde universal”. Esses formulários devem ser enviados até dia 30 de janeiro.
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Dados interessantes
- Temos 22 milhões de enfermeiros e 2 milhões de parteiras em atuação no mundo;
- Carência de 9 milhões de enfermeiros e parteiras para suportar toda a comunidade global;
- A maior escassez de enfermeiros e parteiras está na África e no sudeste da Ásia;
- Globalmente, 70% da força de trabalho social e de saúde são mulheres, sendo que enfermeiros e parteiras representam boa parte dessa comunidade;
- Na ala de obstetrícia, onde cuidados incluem intervenções comprovadas para a saúde da mãe e do bebê, a atuação de enfermeiros e parteiras pode evitar mais de 80% de todas as mortes maternas, natimortos e neonatais;
- A continuidade dos cuidados liderados por parteiras pode impedir 24% dos nascimentos prematuros.
Enfermagem Obstétrica no Brasil – Criada pelo Ministério da Saúde, a Rede Cegonha visa assegurar a todas as mulheres do país o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada durante a gravidez, o parto e no puerpério. Além disso, visa garantir às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento saudável.
Hoje são desenvolvidas ações em 5,4 mil municípios, alcançando cerca de 2,6 milhões de gestantes. Com investimento que ultrapassa R$ 3 bilhões desde o lançamento do programa, os resultados soam promissores: em 2013 foram realizadas 18,9 milhões de consultas pré-natais pelo SUS, dado 93% superior a 2003.
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Referências:
(1) OMS – 2020, o ano dos enfermeiros e das parteiras
(2) Nurses as substitutes for doctors in primary care
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