Somente o uso racional de antibióticos pode frear a resistência antimicrobiana, segundo o Dr. Dario Fortes Ferreira, presidente do IBSP
No pronto-socorro infantil, a mãe implora por uma receita de antibiótico para o filho com febre há alguns dias. Qualquer dor de ouvido precisa mesmo de um antibiótico? O profissional de saúde, de diferentes modos, é pressionado a receitar este tipo de medicamento. E essa pressão pode resultar num colapso medicamentoso grave. “Daqui a trinta anos, ou menos até, não irão existir antibióticos capazes de tratar muitas das infecções hospitalares”, afirma Dr. Dario Fortes Ferreira, presidente do IBSP.
Segundo Dr. Dario, as bactérias de hoje são mais rápidas e mais poderosas do que a nossa capacidade de desenvolver produtos. “Ainda mais hoje que os laboratórios farmacêuticos se desinteressaram pela produção de antibióticos, porque existem medicamentos muito mais rentáveis, principalmente na área de oncologia e cardiologia. É muito melhor investir dinheiro nesse tipo de tratamento do que no desenvolvimento de novos antibióticos”, diz Dr. Dario.
Como resolver essa questão? O uso racional de antibióticos. Muitas vezes, os médicos acham que os antibióticos mais modernos, de mais largo expecto, são os mais fortes. “Isso é mentira. Se você conversar com bons infectologistas, vai ver que não existe antibiótico mais forte que a velha e boa penicilina. Só que hoje existe uma resistência grande das bactérias a penicilina. Por quê? Porque foi usado tão indiscriminadamente, de maneira irracional, que as bactérias adquiriram resistência. Ou seja, elas também querem continuar vivas, não querem morrer e tentam arrumar caminhos naturais para se proteger da ameaça que são os antibióticos”, comenta Dr. Dario.
Neste cenário, o uso racional de antibióticos – usar o antibiótico certo, na dose certa, pelo tempo certo – é a única saída. “Existe o uso do antibiótico por tempo prolongado desnecessariamente e em doses inadequadas, o que contribui para a resistência antibiótica. Então o uso racional de antibióticos é a chave para vencer essa batalha”, finaliza Dr. Dario Fortes Ferreira.
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