O Checklist de Verificação de Segurança Perioperatória é uma das boas práticas que o Hospital Alemão Oswaldo Cruz adota
O conceito de cirurgia segura envolve medidas para redução do risco de eventos adversos que podem acontecer antes, durante e depois das cirurgias. Mas como minimizar o dano ao paciente em cirurgias? A OMS recentemente divulgou um documento com novas diretrizes de cirurgia segura, já usada nos hospitais.
“Num primeiro momento, após leitura das novas diretrizes, foi realizada reunião com a equipe do Centro Cirúrgico, envolvendo equipe de enfermagem e alguns médicos do corpo clínico do Hospital, para que fosse possível realizar a construção de um checklist de Verificação de Segurança Perioperatório, adaptado às nossas necessidades”, conta Renata Barco, gerente do Bloco Operatório e Centro de Endoscopia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo.
IBSP – Como foi o processo de adaptação às novas diretrizes de cirurgia segura da OMS no Oswaldo Cruz?
Renata Barco – Hoje, estamos na quarta versão do checklist, por entender que o processo de construção e aprendizagem é contínuo. Além do centro cirúrgico, as demais áreas que realizam procedimentos invasivos ou diagnósticos-terapêuticos, também realizam o checklist de segurança, a saber: Instituto da Próstata, Hemodinâmica, Centro de Diagnóstico por Imagem, UTI, Radioterapia e Centro de Endoscopia. Cabe ressaltar que para que todo o processo fosse implementado, houve o apoio integral da alta liderança do hospital.
IBSP – Atender aos cinco certos – Paciente, Procedimento, Lateralidade (lado a ser operado, quando aplicável), Posicionamento e Equipamentos – pode ser o ponto de partida?
Renata Barco – O atendimento aos cinco certos pode ser um ponto de partida, mas não ó único. Fundamentalmente, é importante que haja a garantia de realização de um checklist que possa ser aplicado nos três momentos principais: antes da indução anestésica; imediatamente antes da incisão cirúrgica; e antes do paciente sair de sala operatória, pois, certamente, os cinco certos serão contemplados, além dos outros processos de segurança cirúrgica. Sendo assim, não há apenas uma solução para promover a melhora da segurança cirúrgica, mas sim, uma sequência de etapas à assistência, onde deve haver o envolvendo de toda a equipe de profissionais de assistência à saúde, trabalhando juntos em um sistema de saúde que os apoie para benefício do paciente.
IBSP – O checklist de cirurgia segura é uma das boas práticas que o Hospital Alemão Oswaldo Cruz adota?
Renata Barco – Sim, o Checklist de Verificação de Segurança Perioperatória é uma das boas práticas que o Hospital Alemão Oswaldo Cruz adota, pois fornece evidências a respeito dos componentes essenciais da assistência cirúrgica; trata-se de uma ferramenta prática e simples que qualquer equipe cirúrgica do mundo pode utilizar e é guiada por três princípios: simplicidade, ampla aplicabilidade e possibilidade de mensuração.
IBSP – Quais os pontos críticos encontrados pelo Hospital? E o que é preciso melhorar/ evoluir?
Renata Barco – É de fundamental importância a utilização de estratégias para sempre buscar melhorar o desenvolvimento da equipe, com foco particular na comunicação, objetivando mitigar o potencial de erros e omissões durante a cirurgia. Criar um diálogo entre os membros da equipe e envolver cada vez mais os médicos na adaptação da lista para melhor ajustar seu contexto na prática, dando a oportunidade para os médicos refletirem e avaliarem a intervenção da implementação, permitindo uma maior participação e propriedade do processo são alguns dos pontos a serem trabalhados na nossa Instituição.
Estudos mostram que os protocolos da lista de verificação adaptados ao contexto são mais susceptíveis de serem utilizados e sustentados na prática; e que a incorporação rotineira de protocolos da lista de verificação é influenciada por fatores que inibem ou promovem a participação dos médicos.
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