O treinamento de médicos para identificar e tratar corretamente episódios de depressão, a restrição ao acesso a meios letais e o tratamento/acompanhamento de paciente após alta hospitalar de internação ou atendimento em posto de saúde devido à tentativa de suicídio são ações que impactam na redução do suicídio
Todos os anos, cerca de 800 mil pessoas tiram suas vidas, além de muitas outras que tentam e não conseguem cometer o suicídio. Todos os anos são registrados mais de 12 mil suicídios no Brasil e o dia 10 de setembro é oficialmente o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, sendo que a mobilização acontece durante o mês inteiro. Com o apoio dos CRMs, das federações e associados da ABP – Associação Brasileira de Psiquiatria, médicos em geral e toda a sociedade, realiza-se a campanha Setembro Amarelo, que cresceu e conquistou o Brasil inteiro.
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Segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde, o suicídio é um problema grave de saúde pública, mas evitáveis com intervenções oportunas, baseadas em evidências e, muitas vezes, de baixo custo. Para que as respostas sejam efetivas, é necessária uma estratégia multisetorial abrangente de prevenção do suicídio. “O suicídio é a segunda principal causa de morte entre os jovens de 15 a 29 anos”, informa a OMS.
A Associação Brasileira de Psiquiatria é a principal promotora da iniciativa Setembro Amarelo no Brasil, cujo objetivo é informar corretamente a população acerca da prevenção do suicídio. Em 2016, a campanha atingiu mais de 50 milhões de pessoas em todo o país, chamando a atenção para esta triste realidade por meio de caminhadas, simpósios, palestras e colaboração com a imprensa e outras entidades.
O impacto dos números – segundo dados da ABP – é alto, já que mais de um milhão de pessoas morrem por suicídio a cada ano em todo o mundo, o que equivale a uma morte a cada 40 segundos. A cada três segundos, uma pessoa atenta contra a própria vida. Por isso, milhões de pessoas são afetadas por casos de suicídio a cada ano, incluindo o luto.
Em 2012, o suicídio foi a segunda maior causa de morte entre os 15 e 29 anos de idade, em todas as regiões do mundo. No mesmo ano, 75% dos suicídios ocorridos no mundo foram em países de baixa e média renda. Também em 2012, o suicídio foi responsável por 1,4% de todos os óbitos no mundo, ocupando o 15º lugar entre as principais causas de morte.
Coeficientes de mortalidade por suicídio são estimados em número de suicídios para cada 100 mil habitantes, ao longo de um ano. O do Brasil gira em torno de 11,4 (15 em homens; 8,0 em mulheres). Esse índice pode ser considerado baixo, quando comparado aos de outros países. O leste da Europa, por exemplo, possui coeficiente 27, enquanto o mundo apresenta taxa de 14,5.
Prevenção
Algumas medidas eficazes para a prevenção já são evidenciadas em pesquisas internacionais, como o treinamento de médicos para identificar e tratar corretamente episódios de depressão, a restrição ao acesso a meios letais (armas de fogo, venenos, medicações potencialmente letais, acesso a locais de onde o indivíduo pode se jogar) e o tratamento/acompanhamento de paciente após alta hospitalar de internação ou atendimento em posto de saúde devido à tentativa de suicídio.
Transtorno psiquiátrico
Segundo a ABP, diversos estudos apontam que mais de 90% das mortes por suicídio estão associadas a um transtorno psiquiátrico. Visando contribuir para a redução desses números alarmantes, a campanha Setembro Amarelo busca conscientizar a população acerca da importância da identificação e tratamento corretos das doenças mentais, o que traria um impacto direto na redução das mortes por suicídio.
Falar sobre suicídio de maneira responsável e com base em informações corretas ajuda na sua prevenção. Pensando nisso, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a ABP e lançaram duas cartilhas com orientações acerca do tema: “Comportamento suicida: conhecer para prevenir”, um manual dirigido aos profissionais da imprensa; e “Suicídio: informando para prevenir”, voltada aos profissionais da área de saúde.
Saiba mais
Suicídio – Informando para Prevenir
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