A administração de medicamentos é parte da rotina de profissionais de saúde em atuação nas unidades hospitalares. Segundo estudo publicado pela Revista Latino-Americana de Enfermagem (1), que analisou os principais questionamentos de técnicos e auxiliares de enfermagem aos enfermeiros durante o preparo e a administração de medicamentos, a maioria das dúvidas estavam relacionadas à diluição.
Conduzido em uma instituição hospitalar universitária do interior do estado de São Paulo, o estudo analisou 255 questionamentos de auxiliares e técnicos: 40% (103) diziam respeito à diluição. Entre as dúvidas, perguntas relacionadas a necessidade de diluição e ao diluente a ser utilizado; quantidade e validade do medicamento diluído; e possibilidade de precipitação. As dúvidas abrangiam desde questões como “fenitoína precisa ser diluída?” até “posso diluir antibiótico que já veio diluído da farmácia?”.
O alarme soa quando o estudo diz que 35,5% das perguntas receberam respostas incorretas ou parcialmente corretas, o que pode ter acarretado consequências diversas ao paciente.
Considerando que a diluição errada de medicamentos surge como uma das falhas ou erros que podem ocorrer durante a administração, a opção por uma central de diluição contribui para sanar esse entrave aumentando a segurança e a eficácia dos procedimentos hospitalares. Principalmente por permitir que o medicamento chegue até a enfermagem pronto para ser administrado.
Entre as outras vantagens consideradas na implementação de uma central de diluição de medicamentos estão o controle de todo o processo e a rastreabilidade do sistema de medicação.
Avaliação de erros – A fim de identificar a frequência de erros ocorridos no processo de diluição de medicamentos intravenosos, apontando alternativas e estratégias para minimizar falhas, o Conselho Federal de Farmácia publicou um estudo (2) dedicado.
Durante a análise, o estudo considerou como erros: não prescrição – ou prescrição inadequada – do diluente, uso do diluente inadequado, não uso de diluente quando necessário, associação de medicamentos incompatíveis em seringas, associação de medicamentos incompatíveis em soluções, e infusão em Y de medicamentos incompatíveis.
Ao longo da pesquisa, foram observadas a manipulação de 180 doses, sendo que 69,5% delas apresentaram ao menos um erro de diluição (sendo que 90 doses acumulavam mais de um erro). O erro mais frequente identificado foi a infusão em Y de medicamento incompatível (32% dos casos) seguido pela não prescrição de diluente (24%) e uso de diluente inadequado (16%). Os fármacos com maior índice de erros de diluição foram a fenitoína e a norepinefrina (12,8%).
Aplicabilidade no sistema público – Publicado em novembro de 2018 pelo Conselho Federal de Farmácia, o documento “Experiências exitosas de farmacêuticos no SUS” (3) traz relatos do sistema público de todo o país e menciona que colocar em funcionamento a central de diluição de medicamentos, já estruturada, poderá reduzir em 50% o gasto com medicamentos, principalmente na pediatria.
A publicação aponta essa implementação como um dos desafios, pois é preciso investir em tecnologia e em capacitação dos farmacêuticos, bem como na criação de protocolos para a nova rotina.
>> 3º Seminário Integrado de Farmácia Clínica – FACLIN-IBSP
Central de Diluição será um dos temas apresentados durante a realização da terceira edição do Seminário Integrado de Farmácia Clínica – FACLIN-IBSP. A palestra “O impacto dos benefícios clínicos e financeiros da implantação da central de diluição”, ministrada por Carla Fernandes, gerente de suprimentos e farmacêutica responsável do Hospital Santa Paula, será parte do painel “Núcleo de Gestão de Farmácia Clínica e Hospitalar”, previsto para ser realizado a partir das 14h.
As inscrições para o seminário que acontecerá dia 29 de novembro seguem abertas e podem ser feitas clicando AQUI.
Referências:
(3) Experiências exitosas de farmacêuticos no SUS
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