Infectologista do IBSP, o Dr. José Branco esclarece como deve ser vacinação para febre amarela. E aponta quem não deve ser vacinado
A poucos dias do início do carnaval, o Ministério da Saúde reforçou que a vacina contra a febre amarela deve ser aplicada pelo menos dez dias antes de qualquer viagem para locais do País onde há recomendação de imunização. Essa orientação só é válida para pessoas que nunca se vacinaram: quem já tiver recebido uma dose ao longo da vida não precisa procurar novamente os postos de saúde.
“Para garantir a proteção, a dose deve ser aplicada com, pelo menos, dez dias de antecedência à viagem, tempo necessário para o organismo produzir os anticorpos contra a doença”, informou o ministério por meio de nota. Ao todo, 20 estados e o Distrito Federal fazem parte da chamada Área com Recomendação de Vacinação. “Para quem vai se deslocar no período do carnaval para uma dessas áreas, a recomendação é buscar a imunização até o fim de janeiro”.
Segundo o médico infectologista do IBSP – Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente, o Dr. José Branco, só se deve vacinar as pessoas que estão em áreas de risco. “A recomendação não é vacinar toda a população. Mesmo porque é uma vacina com risco elevado, principalmente para pacientes idosos acima dos sessenta anos”, afirma o Dr. Branco, que reforça: “É preciso primeiro consultar seu médico”.
Ao vacinar quem precisa e pode tomar a dose de imunização, se reduz desperdício e dano ao paciente. “É importante lembrar que a vacina previne, mas também pode causar um dano”, finaliza.
Dose única
Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema de dose única contra a febre amarela, recomendado a partir de 2014 pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo o ministério, estudos comprovaram que uma dose é suficiente para proteger a pessoa durante toda a vida.
“A vacina para a febre amarela é a medida mais importante para prevenção e controle da doença, e confere proteção entre 90 e 98%, além de ser reconhecidamente eficaz e segura. Entretanto, assim como qualquer vacina ou medicamento, pode causar eventos adversos”, destacou a nota.
Para algumas populações, a vacina é contraindicada. São elas: pessoas com alergia grave ao ovo; portadores de doença autoimune; pacientes em tratamento com quimioterapia/radioterapia; crianças menores de 6 meses e pessoas que vivem com HIV/aids (com contagem de células CD4 menor que 350 células/mm3).
“Para essas pessoas, a prevenção pode ser feita com uso de repelentes e roupas de manga comprida, além de evitar locais com evidência de circulação do vírus”, orientou a pasta.
Outros grupos devem ser vacinados somente se estiverem em áreas de risco e, antes, devem ser avaliados por um serviço de saúde para definir se há necessidade de vacinação. É o caso de gestantes; mulheres que estão amamentando; idosos; pessoas que vivem com HIV; pacientes que já terminaram o tratamento com quimioterapia/radioterapia; e pessoas que fizeram transplante.
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