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Farmacêuticos e enfermeiros – Peças fundamentais para segurança do paciente oncológico

Farmacêuticos e enfermeiros – Peças fundamentais para segurança do paciente oncológico
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IBSP: Segurança do Paciente - Farmacêuticos e enfermeiros – Peças fundamentais para segurança do paciente oncológico

O tratamento oncológico é repleto de desafios tanto para o paciente quanto para a equipe multidisciplinar responsável pelo atendimento. O enfermeiro é o profissional que está em contato mais próximo e direto com esses pacientes, o que o transforma em um elo fundamental desta engrenagem.

Reduzir as vulnerabilidades do sistema é reduzir a chances de erros que podem ser fatais durante a administração de medicamentos quimioterápicos. Segundo o ISMP (Institute for Safe Medication Practices) (1), um dos geradores de risco está na composição das bolsas, pois do ponto de vista clínico, é preciso que as soluções estejam exatamente nas quantidades prescritas. O que torna o time da farmácia outro forte elo do processo de tratamento oncológico.

Além de erros de composição, o Instituto também aponta outros atalhos para geração de problemas: falhas na comunicação entre enfermeiros e farmacêuticos, documentação inadequada das prescrições e quantidades, e falhas na dupla checagem devido a fatores adversos como iluminação inadequada, desordem, barulho e interrupções.

>> Estratégias para evitar erros de medicação causados por interrupções

Segundo o Patient Safety Authority, a conveniência do paciente somada à busca pela redução de custos faz com que o atendimento oncológico seja realizado frequentemente nos ambulatórios. O Pennsylvania Patient Safety Reporting System (2) confirma 1.015 erros de medicação relatados em clínicas ambulatoriais de hematologia e oncologia afiliadas a hospitais ou sistemas de saúde entre 2015 e 2017. Desses erros, 53,7% atingiram o paciente.

A fim de minimizar os riscos, o relatório detalha algumas estratégias que devem ser adotadas:

– Padronizar protocolos de quimioterapia;
– Exigir referências da literatura para justificar prescrições fora dos modelos padronizados;
– Definir processos para comunicar alterações e atualizações das prescrições;
– Programar as datas para administração dos quimioterápicos;
– Desenvolver procedimentos para orientar profissionais de saúde a identificar, verificar e documentar os ciclos de quimioterapia;
– Incluir a dose específica do paciente em todas as prescrições de quimioterápicos.

A revisão integrativa “Segurança do Paciente na Administração de Quimioterapia Antineoplásica” (3) identifica as estratégias recomendadas na literatura para a garantia da segurança do paciente em tratamento oncológico. O estudo analisou 1.385 publicações que apontam protocolos e procedimentos na administração de quimioterápicos. E, como conclusão, diz que a utilização de boas práticas não é suficiente para evitar que incidentes na administração desses medicamentos ocorram. É necessário criar uma cultura de compartilhamento da responsabilidade e a implementação de políticas e normas institucionais para melhorar a segurança.

Esse apontamento remete a um caso real ocorrido em 2006 em Cleveland, Ohio (EUA). Emily Jerry, de dois anos de idade, enfrentava a luta contra o câncer e estava em tratamento quimioterápico no Rainbow Babies & Children’s Hospital.

Os resultados positivos do tratamento motivavam a família e os médicos, até que a paciente, durante sua última sessão de quimioterapia, recebeu uma solução intravenosa contendo 23% de cloreto de sódio, quando a prescrição correta era de 1%. O erro levou Emily à óbito e Eric Cropp, farmacêutico do hospital que supervisionou a medicação, a ser indiciado por homicídio culposo.

Por conta do ocorrido, o Senado de Ohio publicou um projeto de lei que, intitulado “Lei de Emily”, impõe regulamentações para técnicos de farmácia e seus empregadores. A legislação, sancionada em 7 de janeiro de 2009, especifica critérios para a qualificação de técnicos de farmácia e estabelece penalidades criminais inclusive para gerentes e empregadores.

Medication Safety Self Assessment® para Oncologia – Trata-se de um documento publicado pelo ISMP para aumentar a conscientização sobre o uso seguro de quimioterápicos, auxiliando a equipe multidisciplinar das unidades de saúde a identificar toda e qualquer oportunidade de melhor gerenciar os riscos durante a prescrição, armazenamento, preparação e administração dessas medicações.

O material sugere que seja nomeado um líder para coordenar o processo da autoavaliação e que as equipes devem poder preenche-la com calma para que o resultado seja o mais preciso e honesto possível. Além disso, após o preenchimento dos questionários, o ISMP sugere três reuniões de equipes, cada um com uma ou duas horas de duração, para que a autoavaliação seja, de fato, concluída.

O Medication Safety Self Assessment traz questionários que deverão ser preenchidos com informações sobre a organização; os pacientes; fatores ambientais, fluxo de trabalho e padrões; as medicações (desde embalagens até a comunicação sobre as prescrições médicas, o armazenamento, a distribuição e o monitoramento); gerenciamento de risco; e competências e educação (tanto dos profissionais quanto dos pacientes).

>> III Seminário Internacional de Enfermagem para Segurança do Paciente

Práticas seguras em oncologia – O tema integra a agenda de debates do III Seminário Internacional de Enfermagem para Segurança do Paciente. Marcado para ocorrer no dia 25 de outubro, a partir das 10h40, o painel receberá dois especialistas para abordar justamente as áreas de farmácia e enfermagem na prevenção de riscos e promoção da segurança do paciente que está em tratamento oncológico.

Douglas Ribeiro da Costa, supervisor de farmácia da Central de Misturas Intravenosas do Hospital Samaritano, falará sobre cuidados farmacêuticos, e Rosana Pellicia, gerente de enfermagem da Oncologia do Hospital 9 de Julho, abordará a vertente dos cuidados de enfermagem na administração de quimioterápicos.

As inscrições para o seminário seguem abertas e podem ser feitas clicando AQUI. Mais detalhes sobre a intensa programação da terceira edição do evento podem ser acessadas NESTE LINK.

IBSP: Segurança do Paciente - Farmacêuticos e enfermeiros – Peças fundamentais para segurança do paciente oncológico

Referências:

 

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