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Uma a cada quatro mortes no mundo está relacionada à trombose

Uma a cada quatro mortes no mundo está relacionada à trombose
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IBSP: Segurança do Paciente - Uma a cada quatro mortes no mundo está relacionada à tromboseUma a cada quatro pessoas morrem (1), no mundo, por doenças relacionadas à trombose, ou mais especificamente, ao tromboembolismo venoso (TEV). Somente nos Estados Unidos, cerca de 900 mil norte-americanos sofrem com coágulos sanguíneos anualmente e, dessas pessoas, aproximadamente 100 mil morrem em decorrência deste problema. Isso significa que a trombose pode levar mais pacientes à óbito do que a combinação entre AIDS, câncer de mama e acidentes de trânsito.

>> COVID-19 e TEV – Riscos e diretrizes

Devido à relevância do tema dentro do contexto da saúde geral, a Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH) definiu a data de 13 de outubro como o Dia Mundial da Trombose visando colocar o assunto em debate constante para aumentar a conscientização sobre riscos e sintomas, ampliando o repertório dos pacientes para que tenham conhecimento e possam argumentar com as equipes sobre o tema, e para melhorar os sistemas de atendimento no que tange a prevenção, diagnóstico e tratamento.

Estudo publicado em 2016 (2) traz dados muito relevantes para embasar a importância de manter a temática do tromboembolismo em debate contínuo. Entre os relatos estão que, nos Estados Unidos, ocorrem cerca de 500 mil hospitalizações por ano de adultos diagnosticados com TEV; dados epidemiológicos sugerem que aproximadamente 60% dos casos de TEV estão associados à uma internação recente; e o TEV foi a principal causa de morte e de incapacidade associadas às internações hospitalares no mundo.

Mesmo assim, as populações mundiais desconhecem a patologia. Uma pesquisa global aponta que somente 54% dos entrevistados sabiam o que era trombose e apenas 45% sabiam que ela pode ser evitada (lembramos apenas,e com destaque, que a prevenção está condicionada a parte das condições de risco). Daí a importância do Dia Mundial da Trombose, que vem sendo impulsionado desde 2014 pela sociedade internacional e, somente em 2016 (3), alcançou 2,3 bilhões de pessoas no mundo pela realização de mais de 8 mil atividades espalhadas pelo globo.

>> Risco de TEV: as cirurgias que oferecem mais chances de recorrência de tromboembolismo venoso

Avaliação de risco e profilaxia

Considerando que o tromboembolismo venoso (TEV) – condição na qual coágulos são formados nas veias profundas das pernas, virilha ou braços podendo percorrer a corrente sanguínea e se alojar nos pulmões, o que desencadeia uma embolia pulmonar – pode ser evitável em uma parte dos casos, principalmente em pacientes hospitalizados, é preciso apostar em estratégias de prevenção baseadas em evidências. Para isso, Diretrizes internacionais sugerem que todo paciente hospitalizado passe por uma avaliação de risco de TEV, ou seja, os profissionais da saúde devem aplicar um questionário que compila informações relevantes como idade, histórico médico, medicamentos utilizados e outros fatores relacionados especificamente ao estilo de vida daquele paciente, compreendendo, assim, qual o risco potencial daquele cidadão desenvolver algum coágulo sanguíneo.

Há indicações do modelo de avaliação de risco Caprini para pacientes cirúrgicos não ortopédicos, e do modelo IMPROVE para pacientes clinicamente hospitalizados, sendo também bastante recomendada a escala de Pádua. Pacientes que enfrentam cirurgias ortopédicas como colocação de próteses no joelho e no quadril (artroplastias) são considerados de alto risco independente de outros fatores, e já devem receber a tromboprofilaxia sem necessidade de escalas de avaliação, a menos que haja condições clínicas que levem à contraindicação.

Porém, mesmo com as indicações de avaliação em todos os pacientes hospitalizados e com profilaxias comprovadamente eficazes, estudos relatam subutilização dessas técnicas. Pesquisa realizada em 32 países mostra que no máximo 58,5% dos pacientes cirúrgicos em risco receberam a tromboprofilaxia adequada. Muitas vezes a não utilização da técnica está relacionada ao risco de sangramento decorrente da medicação anticoagulante.

>> Como prevenir o tromboembolismo venoso – TEV

Novas Diretrizes de Tratamento de TEV Publicadas

Em 2 de outubro, a Sociedade Americana de Hematologia publicou novas diretrizes para o tratamento de trombose venosa profunda (TVP) e embolia pulmonar (EP), as duas doenças que compõem o espectro do TEV (4).

Das 28 recomendações publicadas, três são classificadas como “fortes”:

  • Para pacientes com embolia pulmonar (EP) e comprometimento hemodinâmico, a terapia trombolítica seguida de anticoagulação é recomendada em vez de anticoagulação isolada;
  • Para aqueles com trombose venosa profunda (TVP) ou EP que terminaram o tratamento primário e continuarão a usar um antagonista da vitamina K para prevenção secundária, uma faixa de INR de 2,0–3,0 deve ser usada em vez de uma faixa mais baixa;
  • Para pacientes com TVP ou EP não provocada recorrente, é aconselhável continuar a terapia antitrombótica indefinidamente em vez de interromper a anticoagulação após o tratamento primário.

Já dentre as recomendações “condicionais” existem os seguintes destaques:

  • Para pacientes com TVP não complicada ou EP com baixo risco de complicações, o grupo sugere oferecer tratamento em casa ao invés de hospitalização;
  • O grupo sugere o uso de anticoagulantes orais diretos em vez de antagonistas da vitamina K para o tratamento inicial de TVP ou EP.

Confira vídeo do IBSP sobre trombose e prevenção:

 

 

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