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“Segurança do paciente é uma responsabilidade compartilhada”, diz coordenador da Qualidade e Risco do HSVP

“Segurança do paciente é uma responsabilidade compartilhada”, diz coordenador da Qualidade e Risco do HSVP
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Vanderlei Timbó, coordenador da Qualidade e Risco do Hospital São Vicente de Paulo, no Rio de Janeiro acredita que o Núcleo de Segurança do Paciente precisa ser estratégico

 

O interesse da alta direção em manter ativo um programa de segurança do paciente e tratá-lo como estratégico para os resultados da organização de saúde. Sem essa prioridade, a atuação do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) perde força e, com isso, os ganhos se perdem – tanto para a instituição quanto para o paciente. “A presença na instituição de um ou mais profissionais com conhecimento e disposição em lidar com as questões relacionadas com a segurança do paciente é importante”, reforça Vanderlei Timbó, coordenador da Qualidade e Risco do Hospital São Vicente de Paulo, no Rio de Janeiro.

 

Vanderlei Timbó
Vanderlei Timbó

IBSP – Como analisa a segurança do paciente em nível nacional?
Vanderlei Timbó – O Brasil possui, historicamente, marcas de desigualdades e isso se verifica na existência de ilhas de excelência em educação, na economia, na segurança e também na saúde.  A cultura da segurança do paciente está mais sedimentada em uma parcela pequena do conjunto das organizações hospitalares brasileiras, nas quais se destacam os hospitais que possuem programas de acreditação, algo próximo a 5% dos cerca de 6.140 hospitais listados no Brasil (dados de 2015).

Entretanto, mesmo levando-se em conta as dimensões superlativas do nosso sistema de saúde, está em curso uma possibilidade que não deve ser desperdiçada com a aplicação plena do Programa Nacional de Segurança do Paciente, composto pelas portarias 529/2013, 529/2013-2, 1377/2013 e 2095/2013 da RDC 36/2013 e RDC 63/2013. Para alcançar esse objetivo, será necessário o envolvimento não só das instituições de saúde, mas, também das organizações de formação dos profissionais que lidarão com essa realidade, tanto em nível médio quanto superior.

IBSP – Qual a importância de ter um profissional especializado em segurança do paciente no hospital?
Vanderlei – A presença na instituição de um ou mais profissionais com conhecimento e disposição em lidar com as questões relacionadas com a segurança do paciente será importante, se houver de fato o interesse da alta direção em manter ativo um programa de segurança do paciente e tratá-lo como estratégico para os resultados da organização. Casos em que um especialista ou um grupo de pessoas que trabalhem de modo isolado, sem o devido apoio de quem decide, tendem a apresentar resultados desanimadores.

IBSP – O núcleo de segurança do paciente deve ter profissionais de saúde de diversas áreas para obter resultados de sucesso?
Vanderlei – A segurança do paciente é uma responsabilidade compartilhada em uma organização de saúde. Com isso, não podemos determinar que esse ou aquele profissional, que um ou outro grupo é quem tem dever de tratar desse tema isoladamente na instituição. Partindo dessa premissa, o Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) deve ser formado por profissionais que estejam direta e indiretamente ligados aos cuidados do paciente, sejam eles clínicos, administrativos e de áreas de apoio, como tecnologia da informação e engenharia, por exemplo.

IBSP – Porque o médico precisa ter tempo e remuneração para participar das atividades no núcleo de segurança do paciente dentro do hospital?
Vanderlei – Quando pensarmos no tempo dedicado ao NSP, não se trata de uma prerrogativa somente do médico, todos os outros membros que compõem o NSP lidam com a escassez desse ativo. O tempo dentro de uma organização hospitalar é uma condição crítica e, se não for bem gerenciado, eleva o custo da operação hospitalar. No que toca à remuneração, é uma decisão que cada instituição deve tomar mediante seu arranjo organizacional e do tipo de contrato de trabalho do seu corpo médico.

IBSP – Sob o ponto de vista do sucesso financeiro do negócio, segurança do paciente entra nas questões a serem levadas em consideração?
Vanderlei – Certamente, os custos aos hospitais com pagamento de indenizações por via judicial decorrente de danos a pacientes impõem um forte impacto negativo no resultado financeiro das instituições e nossa legislação garante ao paciente o direito de buscar essa reparação. Portanto, não investir em melhoria na qualificação dos profissionais e no refinamento dos processos é um movimento contrário nas organizações que buscam sobreviver, em especial nesse cenário de crise que atravessamos já há alguns anos.

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