Dia Mundial de Luta Contra a Aids
A principal condição que faz com que a Aids seja temida é o fato de ser incurável. É difícil aceitar o fato de que, por vezes, um simples descuido ou acidente possa ter consequências para uma vida inteira. Por conta disso, a cura para a doença é tão desejada e esperada. Mas será que a ciência está perto de alcançá-la?
Atualmente, quando o assunto é AIDS e HIV, os médicos já falam na chamada cura funcional. Isso significa que é possível controlar a doença e seus sintomas, mas sem remover o vírus do corpo. “A terapia antirretroviral promove uma cura funcional, diminuindo a quantidade de vírus nas secreções corporais e fazendo, então, com que diminua também a quantidade de linfócitos T-CD4 infectados”, explica o infectologista Jean Gorinchteyn, médico do Instituto de Infectologia Emílio Ribas de São Paulo, responsável pelo Ambulatório de AIDS no Idoso e mestre em doenças infecciosas, com vários trabalhos publicados sobre o tema.
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“Esses linfócitos são produtores de anticorpos. À medida que eles, então, deixam de ser infectados (porque a carga viral cai) eles aumentam a imunidade, evitando que esse indivíduo progrida para a AIDS, que é o conjunto de sinais e sintomas de baixa imunológica”, completa o médico.
Ele explica ainda que, além diminuir a quantidade de produtores de anticorpos infectados, a medicação inibe o vírus, fazendo que ele se “esconda” em locais específicos do corpo. “Quando nós falamos dessa cura funcional estamos dizendo que a imunidade fica estabelecida e preservada. Porém, ainda temos a presença e persistência de vírus do HIV em locais que nós chamamos de ‘santuários’. São locais como gânglios, sistema nervoso central (cérebro), que fazem com que não só eles estejam protegidos contra as células de nosso sistema imune como, ao mesmo tempo, das medicações antirretrovirais. Com isso, o indivíduo que inicia a terapia antirretroviral vai ter que usar por toda a sua vida”, afirma o médico.
Cura definitiva e vacina?
Com esse avanço no tratamento, as pesquisas passaram a permear a possibilidade de tirar os vírus dos tais esconderijos para que eles fiquem expostos à ação da medição. “Hoje, as estratégias de pesquisa visam retirar esses vírus que estão nesses santuários, fazendo, então, com que eles sejam expostos à terapia antirretroviral. Portanto, esse estudo já existe e é o que se programa e se espera ter: não só essa cura funcional como a virológica, ou seja, tirando esses vírus, garantindo assim a cura desse indivíduo”, conta Gorinchteyn.
Outra frente que os cientistas trabalham é na criação de uma vacina contra o HIV, que estão sendo testadas em portadores e não-portadores. “As vacinas também têm sido estudas, ainda não se criou resposta efetiva, mas os estudos ainda se mantêm”, revela o médico. A expectativa é que nos próximos anos apareçam novidades sobre tais estudos.
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