Equipe Multiprofessional na Dor Crônica
Qualquer tipo de dor aguda quando mal tratada pode se tornar crônica. Hérnia de disco, endometriose, fibromialgia, neuralgia pós-herpética, cefaleias, úlceras vasculares e até o próprio câncer podem causar dores crônicas, principalmente se não controladas nos primeiros três meses.
O primeiro e mais importante passo é realizar o correto diagnóstico do que esta causando a dor. “Com o diagnóstico correto, são varias as estratégias para o controle, começando com a prescrição de medicações adequadas ao tipo e à intensidade da dor e, ainda, aliando procedimentos minimamente invasivos para controle álgico”, diz Alexandra Raffaini, anestesiologista da Sociedade Brasileira de Médicos Intervencionistas em Dor e especialista no Tratamento da Dor e em Medicina Intervencionista da Dor.
Como melhorar um pronto-socorro lotado?
Como minimizar erros na identificação do paciente
Bundle especial para diminuir infecção de sítio cirúrgico em ortopedia e cirurgia cardíaca
Várias áreas da saúde
Uma equipe multiprofissional tem importante papel na orientação do paciente, desfazendo crenças irracionais, desmistificando o uso dos opioides e orientando o paciente e os familiares sobre a importância do uso correto da medicação. Também irá, juntamente da equipe médica, ajudar a reconhecer comportamentos abusivos. “A equipe multiprofissional é a chave para o sucesso do tratamento, ajudando muito na aderência do paciente no processo terapêutico”, avalia Alexandra.
Duas áreas que merecem destaque para auxiliar no controle de dores crônicas são a fisioterapia e acupuntura, pois atuam diretamente no controle álgico e na reabilitação do paciente. Além disso podemos contar com psicólogos e farmacêuticos clínicos, e sem sombra de dúvida com a enfermagem.
Padronizando a Avaliação da Dor
O Dr. Lucas Zambon do IBSP recomenda que toda a equipe multiprofissional siga a mesma forma de avaliar a dor, pois havendo um padrão único de avaliação, a consequência é poder avaliar consistentemente a evolução e resultados de intervenções. O que é recomendado internacionalmente é que a dor seja avaliada através de algum instrumento objetivo, como uma escala numérica ou analógica para dor. A International Association for the Study of Pain (IASP) recomenda o uso da Escala de Faces de Dor (Faces Pain Scale).
A escala de faces de dor foi originalmente desenvolvida para crianças, mas pode ser usada amplamente. A escala mostra uma relação linear entre dor a a face desenhada. As vantagens são não requerer instrumentos outros ou tecnologia para ser aplicada.
Existe uma forma de usar esta escala com o paciente e que envolve a participação do mesmo. Não basta olhar para o paciente. Ele deve interagir. A forma de falar com o paciente ao usar a Escala de Faces de Dor é a seguinte:
“Estas caras mostram o quanto alguma coisa pode doer. Esta cara [aponte para a face mais à esquerda] não mostra dor. As caras mostram cada vez mais dor [aponte para cada uma das faces da esquerda para a direita] até chegar a esta [aponte para a face mais à direita] que mostra muita dor. Aponte para a cara que mostra o quanto te dói [neste momento].”
Crédito da tradução do original do IASP: Cláudia Lígia Esperanza Charry Poveda, José Aparecido Da Silva, Paola Passareli, Joseane dos Santos, Maria Beatriz Martins Linhares (Universidade de São Paulo).
Saiba mais:
Avalie esse conteúdo
Média da classificação 0 / 5. Número de votos: 0