Acreditação Hospitalar e Qualidade na Assistência
A acreditação hospitalar é uma certificação semelhante ao ISO, mas exclusiva para instituições de saúde. Isso quer dizer que é um sistema de avaliação voluntário da qualidade e segurança para serviços de saúde voltados à melhoria contínua, sem a finalidade de fiscalização.
Trata-se de um método de avaliação voluntário, periódico e reservado dos recursos institucionais de cada hospital para garantir a qualidade da assistência por meio de padrões previamente definidos. Não é uma forma de fiscalização, mas um programa de educação continuada e que, vale ressaltar, não tem poderes mágicos. “Ela apenas homologa práticas de gestão já instituídas”, diz a enfermeira Priscila Rosseto de Toledo, gerente de Qualidade e Segurança do Hospital Samaritano, em São Paulo, que tem oito anos de experiência profissional atuando no desenvolvimento de práticas assistenciais focadas em gestão, qualidade e segurança do paciente.
Os motivos para participar de um processo de acreditação vão muito além de se obter uma certificação. “A existência de uma estrutura clara de requisitos e padrões norteiam a avaliação das práticas executadas nas instituições para garantir uma lógica de qualidade e segurança nos processos”, explica Priscila.
Público e tipos de acreditação
No Brasil, diversos tipos de instituição podem aderir à acreditação, como: hospitais públicos e privados, clínicas especializadas, serviços odontológicos, centros médicos acadêmicos, ambulatórios, laboratórios, serviços de hemoterapia, serviços de nefrologia, serviços de diagnóstico por imagem, radioterapia e medicina nuclear, pronto-atendimentos, home care, operadoras de saúde, serviços de lavanderia e centos de esterilização e processamento de materiais.
Há três acreditações disponíveis no Brasil, duas de metodologia internacional – Qmentum e JCI – Joint Commission International – e uma nacional, a ONA – Organização Nacional de Acreditação. “Atualmente, as três utilizam dimensões de qualidade e requisitos estruturados para avaliação”, comenta Priscila.
ONA – Organização Nacional de Acreditação
A metodologia nacional ONA prevê um amadurecimento institucional, pois a acreditação é feita em três níveis: acreditado, acreditado pleno e acreditado com excelência. “A instituição pode se preparar gradualmente para as avaliações”, diz Priscila.
Acreditado | Acreditado Pleno | Acreditado com Excelência |
Para instituições que atendem aos critérios de segurança do paciente em todas as áreas de atividade, incluindo aspectos estruturais e assistenciais. | Para instituições que, além de atender aos critérios de segurança, apresenta gestão integrada, com processos ocorrendo de maneira fluida e plena comunicação entre as atividades. | O princípio deste nível é a “excelência em gestão”. Uma Organização ou Programa da Saúde acreditado com excelência atende aos níveis 1 e 2, além dos requisitos específicos de nível 3. A instituição já deve demonstrar uma cultura organizacional de melhoria contínua com maturidade institucional. |
Qmentum e JCI
A metodologia Qmentum monitora os padrões de alta performance em qualidade e segurança, utilizando critérios internacionais com validação mundial. Utiliza também ferramentas de autoavaliação e está alinhada aos princípios da governança clínica.
Já a metodologia da JCI utiliza padrões internacionais reconhecidos, com validação internacional, e trabalha o universo hospitalar integrando as áreas assistenciais às administrativas. “Seus critérios cobrem uma gama de itens, que envolvem infraestrutura do ambiente assistencial, direitos e deveres dos pacientes, tratamento e prontuário do paciente, manutenção dos equipamentos, treinamento dos profissionais, gerenciamento de catástrofes e controle de infecção hospitalar, entre outros”, explica Priscila.
Vantagens
Os pacientes e profissionais são os grandes beneficiados de uma acreditação hospitalar, pois ganham em segurança. A enfermeira Priscila Rosseto de Toledo lista mais quatro vantagens:
- Melhoria da qualidade da assistência;
- Construção de equipe e melhoria contínua;
- Integração da equipe em busca de um objetivo maior, que é a atenção com a qualidade oferecida ao paciente;
- Processo contínuo de aprimoramento, com caráter essencialmente educativo.
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