O Medicinia foi criado por médicos brasileiros e permite que todos os membros de uma equipe atuem de forma integrada e sequencial, seguindo a risca os protocolos assistenciais ou operacionais
Evolução na comunicação de médicos, profissionais de saúde e seus pacientes. Esta frase define o Medicinia, uma plataforma inovadora sob o ponto de vista de interação na área da saúde, já que o principal objetivo do aplicativo é promover segurança ao paciente através da tecnologia.
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“Alguns estudos mostram que a ineficiência na comunicação causa prejuízos de mais de 10 bilhões ao ano nos hospitais americanos e está por trás de muitos casos de erros no tratamento. A informação certa na hora certa na mão da equipe assistencial e do paciente certamente aumenta a segurança do atendimento e ainda melhora a eficiência do serviço prestado. É um ganha-ganha para o paciente e para quem se dedica a cuidar dele”, diz Cristiane Benvenuto, médica criadora do Medicinia, além de mestre pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e doutora em dermatologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
A seguir, confira entrevista exclusiva de Cristiane Benvenuto ao Portal IBSP.
IBSP – Como surgiu a ideia de criar o Medicinia?
Cristiane Benvenuto – Eu e o Daniel, meu sócio, sempre acreditamos que o paciente deveria ter informação na hora que necessita, sem ter que esperar a visita ao médico ou hospital ou ter que apelar para fontes inseguras. Acabamos desenvolvendo diversos projetos juntos desde a faculdade com esse objetivo, inclusive um site chamado Medicinal, pioneiro em dúvidas de saúde, que foi premiado entre os melhores do país em 2001.
O Medicinia acabou sendo fundado pelo Daniel logo após uma experiência de doença muito grave na família em que sentimos a diferença que fez a conexão continuada com nossas equipes de saúde. Ficou ainda mais claro (e urgente) que o paciente não poderia deixar uma consulta ou uma internação sem algum tipo de suporte. Quantas dúvidas, quantos medos ficam rondando. Por outro lado, o médico e o hospital precisam de ajuda porque a demanda extra pode ser muito grande e acabar devorando tempo e recursos extras, tão escassos nessa área. Como médicos a gente também entendia isso.
A tecnologia vem como uma forma de fazer esta ponte de forma sustentável, humana e eficiente. Tem sido uma experiência muito gratificante perceber que cada vez mais a saúde está caminhando para a visão de “jornada do paciente”, coordenação do cuidado e promoção de saúde ao invés de puramente consultas e internações médicas.
IBSP – O Medicinia é voltado tanto para consultórios quanto para hospitais. Como ele pode garantir mais agilidade nos processos hospitalares, aumentando a rotatividade de leitos e gerando mais satisfação nos médicos e pacientes?
Cristiane Benvenuto – A comunicação ágil e assertiva entre as equipes de saúde na coordenação do cuidado de um paciente é fundamental para agilizar os processos hospitalares. Através de fluxos automatizados de comunicação, o Medicinia permite que todos os membros de uma equipe atuem de forma integrada e sequencial, seguindo a risca os protocolos assistenciais ou operacionais. Isso dá mais tranquilidade à equipe assistencial e administrativa porque sabe que basta seguir as notificações do sistema, o gestor pode ter mais informações sobre pontos de melhoria potencial do fluxo e o paciente pode, no caso de uma alta hospitalar, por exemplo, ter sua liberação (com tudo resolvido) muito mais rapidamente.
IBSP – Para os médicos de consultórios, o Medicinia permite ética, seriedade, privacidade e segurança no atendimento a pacientes?
Cristiane Benvenuto – O Medicinia oferece seriedade, privacidade, segurança e alguns serviços que aumentam muito a conveniência na comunicação do médico com o paciente, quando comparamos com plataformas genéricas de chat. Tudo isso de forma ética e profissional. E ainda gratuitamente no aplicativo para consultórios.
IBSP – O objetivo é evitar confusões em aplicativos de chat comuns, que podem induzir ao erro?
Cristiane Benvenuto – Nosso objetivo com a plataforma gratuita é estimular os médicos a fazer o acompanhamento do paciente fora da confusão que se instala nos aplicativos de chat, aprender o que funciona para esse acompanhamento, mas não criar um custo adicional ao profissional. Ainda precisamos evoluir na conversa com operadoras, prestadores e principalmente o CFM para garantir a remuneração de atendimentos que possam substituir visitas desnecessárias e inconvenientes do paciente ao consultório.
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