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Atrasos e falhas diagnósticas e o impacto na segurança do paciente

Atrasos e falhas diagnósticas e o impacto na segurança do paciente
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IBSP: Segurança do Paciente - Atrasos e falhas diagnósticas e o impacto na segurança do pacienteO Emergency Care Research Institute (ECRI) divulga anualmente uma lista com os principais tópicos para a manutenção da segurança do paciente e, no ranking deste ano, atrasos e falhas no diagnóstico estão na primeira posição. Para abordar esse cenário e debater os pontos nevrálgicos do diagnóstico frente à pandemia de COVID-19, o Proqualis realizou um webinar na tarde de 15 de julho e recebeu Lucas Zambon, diretor científico do IBSP, e Wilson Shcolnik, presidente da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed).

Mediado por Maria de Lourdes de Oliveira Moura, da assessoria técnico-científica do Proqualis, o encontro virtual trouxe um amplo panorama sobre a relevância do diagnóstico em todo o ciclo de cuidados. Entre os diversos dados apresentados foram enfatizados pontos que reforçam a visão de que quem preza pela segurança do paciente precisa colocar novos holofotes sobre o diagnóstico tanto clínico quanto laboratorial: segundo relatório Improving Diagnosis in Health Care, do Instituto de Medicina dos Estados Unidos, todos nós sofreremos, ao longo da vida, pelo menos um episódio de atraso ou erro de diagnóstico. Além disso, de 6% a 17% dos eventos adversos em hospitais têm base em falhas diagnósticas.

“Muitas vezes estamos diante de erros diagnósticos que podem ser fatais”, comentou Lucas Zambon ao abrir sua apresentação. Segundo o diretor, são diversos os fatores que podem levar ao erro, visto que estudos mostram que em 93% dos casos há questões relacionadas ao sistema onde ocorre o diagnóstico e questões organizacionais. Mas há, também, situações em que existe falta de clareza do paciente ao apresentar os sintomas. “Nesses casos não é culpa nem do paciente, nem de ninguém”, complementou.

Em sua apresentação, Wilson Shcolnik, da Abramed, também concordou que nem sempre a falha está relacionada à displicência dos profissionais de saúde. “Médicos são humanos, se deparam com casos clínicos e têm a função de diagnosticá-los. Paralelamente, temos pacientes com limitações que, por muitas vezes, não conseguem descrever com precisão seus sintomas e não sabem se comunicar adequadamente”, disse corroborando com a posição de Zambon.

Explicando a heurística como uma das formas de raciocínio humano na qual há sempre uma resposta ágil e intuitiva, Zambon reforçou que há uma parcela significativa dos erros diagnósticos que estão atrelados a esta forma rápida de raciocinar, que são os chamados vieses cognitivos. E, então, o especialista exemplificou alguns destes vieses e como eles podem ser encaixados em uma situação de falha no diagnóstico médico.

Diagnóstico na COVID-19

O debate também abordou questões relativas ao diagnóstico da infecção pelo novo coronavírus. A doença, que é nova – visto que surgiu no final de 2019 –, ainda traz muitas dúvidas inclusive para a comunidade científica que não tem total clareza sobre o comportamento deste patógeno no organismo humano. “Temos uma doença nova entrando na mente do médico e, junto com ela, um gap de informações, a pressão do tempo e o medo da contaminação, fatores que levam o profissional a tentar agir de forma rápida e podem induzir ao erro”, comentou Zambon.

Conhecer a doença segue como um desafio, mas a ciência vem avançando. Tanto que no início dos surtos a anosmia não era um sintoma reconhecido para COVID-19, assim como não atrelavam sintomas do trato gastrointestinal ou complicações cardiovasculares à infecção. Hoje o cenário já é diferente e a lista de sintomas cresceu consideravelmente. E essas apresentações mais atípicas também podem contribuir para um erro de diagnóstico.

O webinar também mergulhou mais a fundo nas diferenças entre os testes disponíveis, qual a variabilidade de confiança desses exames, e qual é o exame adequado para cada momento da pandemia. Para assistir ao vídeo na íntegra, que inclusive contou com uma rodada de perguntas elaboradas tanto pela mediadora Maria de Lourdes quanto pelo público que acompanhou a transmissão ao vivo, clique AQUI.

 

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