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Desnutrição pode agravar estado de saúde em situações de emergência

Desnutrição pode agravar estado de saúde em situações de emergência
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OMS responde questões relacionadas à desnutrição e mostra como isso pode impactar na saúde das pessoas em si

Situações de emergência podem não fazer parte do dia a dia do profissional de saúde brasileiro, mas é importante saber como proceder em um cenário tão extremo. Não importa qual seja a situação de emergência. O que dita a regra é que uma pessoa desnutrida, na hora de enfrentar uma situação grave de saúde, está ainda mais vulnerável, correndo mais riscos que uma pessoa bem nutrida e sem deficiência de micronutrientes. “A desnutrição aguda enfraquece o sistema imunológico, tornando o paciente mais suscetível ao desenvolvimento de doenças que podem ser fatais”, alerta a OMS – Organização Mundial de Saúde.

As situações de emergência também podem agravar problemas de saúde não transmissíveis relacionados à dieta, como doenças cardíacas, hipertensão arterial, diabetes e câncer.

Grupos vulneráreis

Crianças e mulheres grávidas ou amamentando são as mais vulneráveis à desnutrição. Seus corpos têm uma maior necessidade de nutrientes, como vitaminas e minerais, e são mais suscetíveis às consequências prejudiciais de deficiências.

As crianças estão em maior risco de morrer de fome. Eles se tornam subnutridos mais rápido do que os adultos. Crianças severamente magras têm 11 vezes mais chances de morrer do que aquelas com peso saudável, assim como as subnutridas estão mais propensas a contrair infecções e têm mais dificuldade em se recuperar, pois seus sistemas imunológicos são prejudicados. Globalmente, a desnutrição é um fator subjacente em mais da metade das mortes de crianças por pneumonia e malária e mais de 40% das mortes por sarampo.

Tratamento da desnutrição aguda grave em emergências

A desnutrição aguda grave é quando uma pessoa é extremamente magra, correndo risco de morte. Esse tipo de paciente precisa tratamento imediato, que inclui vários elementos, tais como atendimento médico, alimentos, água, higiene e serviços sociais.

As crianças que ainda têm apetite podem ficar em casa e receber atendimento ambulatorial. Eles precisam de tratamento com alimentos especialmente formulados, e sua recuperação deve ser monitorada regularmente por um profissional de saúde treinado.

As crianças que têm problemas médicos e não têm apetite precisam de cuidados hospitalares em uma clínica ou hospital. Eles precisam de leite especialmente formulado e tratamento para infecções ou outras complicações potenciais.

Amamentação na emergência

A amamentação pode salvar vidas de crianças pequenas em situações de emergência. “O leite materno dá aos bebês todos os nutrientes de que necessitam para um crescimento e desenvolvimento saudáveis. Está prontamente disponível e contém anticorpos que protegem crianças de doenças comuns da infância. A amamentação também reduz os riscos das mães de câncer de mama e ovário, diabetes tipo II e depressão pós-parto”, alerta a OMS.

A amamentação torna-se ainda mais crítica para a sobrevivência da criança em emergências humanitárias, que enfrentam riscos maiores de diarreia, pneumonia e desnutrição. A falta de alimentos, a falta de água potável, o mau saneamento, a superlotação e os sistemas de saúde sobrecarregados colocam os bebês e as crianças em risco.
A OMS recomenda que todos os bebês sejam alimentados apenas com leite materno durante os primeiros 6 meses de vida. Após este período, as mães deverão continuar a amamentar (até consumir outros alimentos) até aos 2 anos de idade e, potencialmente, por mais tempo, mesmo em situações de emergência.

Desafios da amamentação

Muitas vezes, a má saúde física e mental das mães em emergências leva a resultados de amamentação pobres. As mães deslocadas podem lutar para encontrar lugares confortáveis e privados para amamentar e sua rede de apoio de familiares e amigos, muitas vezes, não é acessível em situações de emergência. Os trabalhadores da saúde que normalmente oferecem apoio podem ser redistribuídos para lidar com outros aspectos da resposta de emergência.

Os doadores bem intencionados podem distribuir substitutos do leite materno (como fórmula infantil) em situações de emergência. Isso pode minar o aleitamento materno e, se houver falta de água limpa para fazer fórmula ou limpar as mamadeiras, as crianças acabam por estarem expostas a um risco maior de infecções, que podem ser mortais.

Os governos e as organizações humanitárias têm um papel fundamental a desempenhar na proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno em situações de emergência.

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