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Ensaio clínico analisa intervenções de comunicação e não encontra melhorias efetivas

Ensaio clínico analisa intervenções de comunicação e não encontra melhorias efetivas
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Estudo sugere a necessidade de intervenções alternativas para melhoria do engajamento do paciente, além de foco e atenção na implementação

Uma comunicação clara e eficiente entre paciente e profissionais de saúde desde antes do primeiro contato (através do histórico clínico transmitido com sabedoria) é fundamental tanto para a segurança desse paciente quanto para a qualidade da assistência. Porém, garantir que essa comunicação realmente flua bem é um desafio para os sistemas de saúde. Isso porque exige um investimento tanto no treinamento dos médicos e enfermeiros quanto na educação dos pacientes que precisam aprender mais sobre sua própria saúde e autocuidado.

Para checar se intervenções de comunicação podem melhorar esse processo, um ensaio randomizado de cluster entre 21 sistemas de saúde avaliou três intervenções: High-touch (treinamento presencial padronizado dos profissionais de saúde); high-tech (treinamento via aplicativo móvel); e distribuição de cartazes nas salas de exame incentivando a tomada de decisão compartilhada.

Participaram, ao todo, quase 5 mil pacientes e 114 profissionais da atenção primária.
Após as intervenções, em uma escala entre discordo totalmente e concordo totalmente, os pacientes foram questionados sobre suas percepções quanto ao esforço do profissional de saúde para compreender seus problemas, quanto esses trabalhadores estavam dispostos a ouvir o que eles julgavam importante, e apontar o que mais importava na hora de tomar decisões.

Resultados – Intervenções de comunicação

Antes das intervenções, 70,1% dos pacientes do grupo high-tech deram nota máxima para os três tópicos perguntados, enquanto 67,9% dos integrantes do grupo high-touch o fizeram e 63,9% daqueles do grupo dos cartazes físicos. Depois da intervenção, esses percentuais não sofreram tanta alteração, permanecendo, respectivamente, em 67,4% (high-tech), 67% (high-touch) e 68,2% (cartazes). Com isso, o ensaio clínico não aponta evidências robustas de efeitos positivos das intervenções no envolvimento do paciente.

Em contrapartida, os resultados secundários mostraram algumas evidências interessantes: pacientes no grupo high-tech eram menos propensos a recomendar seu clínico a outros do que pacientes no grupo high-touch, o que indica um resultado mais efetivo no grupo de profissionais de saúde que recebeu treinamento presencial. Além disso, após 3 meses, pacientes no grupo high-tech tiveram uma pontuação significativamente menor do que pacientes no grupo high-touch na confiança no gerenciamento de sua saúde.

Ponto de atenção

Os desfechos obtidos no ensaio clínico randomizado diferem daqueles encontrados no estudo-piloto, o que traz luz à necessidade de promover uma intervenção piloto bem sucedida e alinhada às expectativas, o que pode, sim, ser desafiador no contexto da pesquisa.

Por fim, o estudo sugere ser importante traçar medidas alternativas para engajamento do paciente, bem como maior fidelidade à implementação das mesmas.

Referências:
(1) Patient-Clinician Communication Interventions Across Multiple Primary Care Sites

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