Entenda a importância de uma avaliação de um Incidente Relacionado a Medicamento para o trabalho da enfermagem
Por Maria de Jesus Castro Harada*
Nos últimos anos, várias estratégias têm sido usadas para garantir uma assistência à saúde mais segura, sempre adotando a premissa da possibilidade de reincidência. Importante destacar que a ocorrência de um IRM (Incidente Relacionado a Medicamento) ou incidentes de outra natureza não resultam de um único fator, mas de uma sequência de erros e equívocos, que, somados ao complexo sistema de saúde, impactam na qualidade e segurança do paciente.
A avaliação de IRM ou incidentes de outra natureza possibilita identificar os fatores contribuintes e, na sequência, propõe a implementação de ações capazes de garantir maior segurança ao paciente.
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O processo de avaliação tem início na coleta de dados de diferentes fontes, como notificações de incidentes, auditorias de risco, de prontuário, de observação, entrevistas, ouvidoria, e também a opinião dos profissionais a respeito de suas percepções e comportamentos relacionados à segurança, como as potencialidades e fragilidades dos serviços, entre outros. Conta também com diferentes ferramentas que devem ser adotadas de maneira sistemática para aprimorar a segurança do paciente de forma contínua.
A ocorrência de um IRM é também uma oportunidade de aprendizado, na medida em que se discute com as equipes de enfermagem e de saúde. Assim, sugere-se que a instituição escolha uma ferramenta de avaliação e monitoramento que atenda a sua realidade.
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E, recomenda-se como exercício de avaliação, que a equipe multiprofissional responda a algumas questões frente ao IRM.
1. Qual é o tipo de IRM?
2. Quais perigos e riscos estavam presentes?
3. Quais foram os fatores contribuintes para este IRM?
4. Como evitar esse tipo de IRM?
5. O que acontece em sua organização para assegurar que os pacientes são ativos parceiros no seu próprio tratamento?
6. Como é sua participação e tolerância tendo o paciente um papel mais ativo no seu cuidado?
7. Existiam protocolos institucionais relacionados aos processos que envolveram o IRM?
8. O que poderia ter sido controlado na situação apresentada?
9. Quais medidas preventivas deixaram de ser cumpridas tanto individualmente quanto coletivamente?
10. Existia a possibilidade do envolvimento do paciente?
11. A notificação foi feita?
12. Existe apoio institucional para o profissional expressar suas preocupações sobre segurança do paciente?
13. É possível o funcionário se aproximar do gestor e staff para fazer uma pergunta sobre a segurança do paciente em uma dada situação?
14. Quais foram os impactos desse IRM?
* Maria de Jesus Castro Harada é enfermeira e membro do Grupo Técnico de Segurança do Paciente do Coren-SP e da REBRAENSP – Rede Brasileira de Enfermagem e Segurança do Paciente.
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