Chance de ocorrer eventos adversos em setores de tratamento intensivo são maiores
Pacientes com problemas complexos, grande número de profissionais e necessidade de lidar com equipamentos de ponta são algumas das características que rondam as UTIs. Esses são também os fatores que podem levar essa ala hospitalar a ter uma incidência maior de eventos adversos e, consequentemente, ser menos segura para o paciente.
“O risco é maior por causa da característica do paciente, do tratamento (medicamentos, procedimentos e uso de tecnologias) e da necessidade de a equipe estar muito bem treinada, capacitada, especializada para evitar danos e incidentes”, explica Dr. Fernando Colombari, gerente médico responsável para área de Qualidade e Segurança do Paciente do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. “A uti é um local onde a infecção hospitalar pode acontecer. Muito frequentemente os pacientes têm drenos, cateteres ou sondas. Tem toda uma rotina de como fixar, monitorar, rever de tempos em tempos, para que não haja perda inadvertida de cateteres, sondas etc.”, afirma o profissional.
A atenção para ministrar medicamentos a pacientes da UTI também merece atenção redobrada. Como o paciente muitas vezes está sedado, a conferência da prescrição é feita de forma unilateral, ou seja, só por parte do profissional. “Por causa disso, acaba dependendo muito da equipe que está administrando aquele medicamento para fazer da forma correta. O paciente não participa do processo”, completa Colombari.
“Outro aspecto dentro da uti é o uso de equipamentos e novas tecnologias. Todo equipamento e nova tecnologia exige que os profissionais estejam treinados e habilitados, e isso deve ser acompanhado muito de perto. Além, claro, da vigilância e manutenções preventivas”, completa o profissional.
Medidas clínicas que visam diminuir o tempo de hospitalização do paciente também estão entre possibilidades para evitar eventos adversos e melhorar a segurança. “Protocolos que visam, por exemplo, reduzir o tempo de permanência em ventilação mecânica, melhoram a recuperação e podem evitar não só a infecção hospitalar, mas outros agravos, como disfunção cognitiva e assim por diante. Faz parte também de uma série de protocolos clínicos para evitar danos até do próprio tratamento”, explica Columbari.
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