Conciliar um bom atendimento médico-hospitalar ao paciente e à instituição ainda é um dos grandes desafios da saúde no Brasil e no mundo. E é um desafio porque requer mudanças significativas tanto na própria assistência quanto na administração hospitalar.
O Dr. Lucas Zambon, médico e diretor científico do IBSP – Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente, dá algumas diretrizes dos caminhos para que isso venha a ser uma realidade.
IBSP – Como obter um modelo de assistência em que seja possível conseguir melhores resultados para o paciente e instituição?
Lucas Zambon – Este é um desafio muito grande e que envolve diferentes mudanças. E a primeira coisa a se mudar é o foco da assistência à saúde, que ainda é financeiro. O paciente precisa ser colocado no centro do processo para que ele mude. A assistência precisa do paciente no centro do cuidado, e compartilhando decisões, sempre contando com transparência por parte de profissionais e das instituições que promovem assistência. Depois, precisamos mudar a cultura assistencial colocando a segurança como aspecto principal da atividade dos profissionais envolvidos.
IBSP – E como entra a questão financeira?
Lucas Zambon – Precisamos buscar formas de remuneração que favoreçam os melhores resultados (pay-for-performance, pay-for-value), e não apenas a entrega de produtos como é o modelo atual (fee-for-service). Precisamos incentivar e apoiar os profissionais que buscam fazer uma assistência adequada, e não apenas premiar os “mais produtivos”.
IBSP – Qual o papel da direção do hospital neste desafio?
Lucas Zambon – A alta direção da instituição precisa “abraçar” estas mudanças e, de fato, gerenciar a assistência dentro desse novo “mindset”. Se a alta gestão não estiver focada nesses itens que comentei, o processo de qualidade assistencial é na melhor das hipóteses algo superficial e sem consistência de longo prazo.
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