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Monitorar complicações cirúrgicas pode reduzir dias de internação e custos hospitalares

Monitorar complicações cirúrgicas pode reduzir dias de internação e custos hospitalares
Monitorar complicações cirúrgicas pode reduzir dias de internação e custos hospitalares
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Estudo realizado junto a 40 hospitais franceses sugere melhorias nas complicações cirúrgicas após a implementação de gráficos de controle e reuniões de feedback entre as equipes 

O cidadão brasileiro conta com o Sistema Único de Saúde (SUS) que preza pelo princípio da universalização e visa garantir, através do Estado, saúde integral como direito a toda a população, independentemente de sexo, raça, condição social e localização. Porém, em um país continental repleto de vazios assistenciais, existem inúmeros desafios, entre eles as longas filas de espera para realização de cirurgias que chegam a 1 milhão de procedimentos segundo dados do Ministério da Saúde. 

Em 2023, por meio do Programa Nacional de Redução das Filas, todos os estados receberam recursos extras para agilizar esses processos, que emperram muitas vezes justamente na questão financeira (claro que existem outros fatores como falta de recursos humanos e de instalações). 

Considerando que complicações, sejam precoces ou tardias, podem elevar a taxa de reinternação e, com isso, aumentar também os custos hospitalares e a ocupação dos leitos para realização de procedimentos em outros pacientes, buscar reduzir o risco dessas complicações surge como estratégia efetiva para otimizar processos e garantir a ampliação dos atendimentos em um sistema universal e gratuito como o SUS. 

Como minimizar as complicações cirúrgicas? 

Na França, um estudo realizado junto a 40 hospitais e que envolveu mais de 155 mil pacientes submetidos a cirurgias como a reparo de hérnia, colecistectomia, apendicectomia, cirurgia bariátrica, colorretal, hepatopancreática, esofágica e gástrica, buscou avaliar se o monitoramento dos resultados cirúrgicos por meio de gráficos de controle seguidos por feedback entre as equipes surtiria efeito positivo para melhorar as taxas de complicações. 

Os 40 hospitais participantes foram divididos em dois grupos, um de intervenção e um de controle. No grupo de intervenção, para cada procedimento operatório, um conjunto de gráficos de controle envolvendo indicadores de morte pós-operatória, internação em UTI, nova cirurgia e complicações graves (parada cardíaca, embolia pulmonar, sepse ou infecção do sítio cirúrgico) era elaborado.  

Posteriormente, os resultados eram apresentados por meio de cartazes fixados nas salas de cirurgia e dois profissionais (normalmente um cirurgião e um assistente que vivenciaram treinamentos específicos sobre a metodologia dos gráficos) promoviam reuniões a fim de revisar esses gráficos e registrar as mudanças processuais que eram instituídas na busca por melhorias. 

Entre os hospitais participantes, o tempo médio de internação hospitalar nos 30 dias pós-cirurgia era de sete dias e a média dos custos hospitalares reembolsados pelas operadoras de saúde de 5.209 Euros. No grupo de intervenção, esses dois indicadores apresentaram redução significativa de 3,3% e 1,3%, respectivamente, o que gerou uma economia de mais de 2,6 milhões de Euros nos 20 hospitais que atuaram com os gráficos. 

Dessa forma, o estudo sugere que implementar um modelo de monitoramento mais rigoroso somado à realização de reuniões com feedback e discussão dos resultados pode auxiliar a reduzir dias de internação e, por consequência, custos nos 30 dias após a realização de procedimentos cirúrgicos.  

Referência

(1) Economic analysis of surgical outcome monitoring using control charts: the SHEWHART cluster randomised trial  

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