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“Não adianta deixar de comer carne e fumar”, alerta oncologista

“Não adianta deixar de comer carne e fumar”, alerta oncologista
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Fumar e outros hábitos que potencializam chance de câncer

A polêmica sobre a nova recomendação da OMS, feita pelo Centro de Investigações sobre o Câncer (CIIC), é grande e tem invadido os consultórios médicos de todo o País. Para escutarmos o ponto de vista médico, o IBSP conversou com o Dr. Ricardo Caponero, médico oncologista da CLINONCO – Clínica de Oncologia Médica, graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), especialização em Oncologia pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clinica (SBOC) e coinvestigador de Pesquisas Clínicas Nacionais e Internacionais Multicêntricas.

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IBSP – Segundo o documento, 50 gramas de carne processada por dia, o equivalente a duas fatias de bacon, aumentam a chance de desenvolver câncer colorretal em 18%. Como a área de oncologia médica encara essa afirmação?

Ricardo Caponero Essa é uma associação muito plausível em função dos corantes e conservantes utilizados no processamento e na defumação da carne, de forma que se devem estimular todas as pessoas a adquirem hábitos nutricionais mais saudáveis, respeitando-se, no entanto, suas escolhas individuais.

IBSP – São os aditivos das carnes processadas que podem aumentar o risco de desenvolver câncer?

Caponero Provavelmente sim, mas não há estudos que avaliem isoladamente cada um dos conservantes empregados.

IBSP – A carne vermelha tem uma probabilidade menor de colaborar para a incidência de câncer. Como a oncologia enxerga a relação dela com o câncer?

CaponeroNão é um dos fatores mais importantes. Não adianta deixar de comer carne e fumar, beber, ou expor-se a outros fatores reconhecidamente de risco. Não se trata de proibir a carne vermelha, mas de aconselhar.

IBSP – Qual o principal fator de risco para o desenvolvimento de um câncer?

CaponeroVale a pena lembrar que o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer é a idade. Quanto mais envelhecemos, quanto mais cresce a expectativa de vida, maior a incidência de neoplasias. Mas duvido que alguém vá recomendar que se morra cedo para não ter câncer, não é mesmo?

 

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