Qualidade na Assistência à Saúde
Prestar assistência em saúde a qualquer paciente talvez seja a mais complexa atividade desenvolvida pela sociedade humana nos dias de hoje. O conhecimento que se tem hoje a respeito do diagnóstico e tratamento das diversas doenças se tornou extremamente vasto. Doenças se acumulam em um mesmo indivíduo, e as possibilidades para resolvê-las são renovadas a uma velocidade comparável às mudanças no mundo digital em que vivemos.
O processo de cuidar de um simples paciente é, hoje, uma equação de diversas variáveis. Sendo assim, um sistema de assistência à saúde que cuida de diversos indivíduos prova-se ainda mais complexo. E espera-se que esse sistema promova uma assistência de qualidade aos pacientes. Mas infelizmente, essa complexa assistência ao paciente que atualmente é feita, ainda está muito distante daquela que deveria ser feita.
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Segurança do paciente é uma das seis dimensões da qualidade na assistência
Nas últimas décadas, o grande debate na área da saúde ganhou foco sobre esta qualidade de assistência ainda aquém das expectativas tanto dos pacientes quanto dos próprios profissionais envolvidos. Um norte para o que se devia buscar em termos de qualidade na assistência à saúde surgiu com o Institute of Medicine (Instituto de Medicina, uma organização não governamental sem fins lucrativos) dos Estados Unidos, que, em 2001, publicou um relatório intitulado “Crossing the Quality Chasm: A New Health System for the 21st Century” (em tradução livre: “cruzando o abismo da qualidade: um novo sistema de saúde para o século 21). Neste relatório é apontada a necessidade de transformação no sistema de saúde, e, para isso, foram propostas metas que deveriam nortear a assistência prestada desde simples consultórios até complexos hospitais.
Essas metas nada mais são do que as seis dimensões mais importantes para que a assistência à saúde possa ser considerada de qualidade. Sendo assim, essas seis dimensões pressupõe que a assistência à saúde deva ser:
- Segura: primeira e sem dúvida mais importante característica que a assistência ao paciente deve ter, por ser a base para as demais. Segurança do paciente se traduz por tudo aquilo que deve ser feito para evitar que os pacientes sofram danos desnecessários causados pela assistência que deveria apenas ajudá-los;
- Efetiva: a assistência deve ser realizada com base nas melhores evidências científicas, com foco em fazer a coisa certa para quem precisa. Em outras palavras, é não cometer excessos, muito menos deixar de realizar quaisquer medidas, desde que sempre seja observado o princípio de fazer a coisa certa, para a pessoa certa, na hora certa;
- Centrada no paciente: o paciente deve ser capaz de ser ativo nas decisões sobre qualquer intervenção. Suas vontades e dúvidas devem ser sempre levadas em conta. Os valores e preferencias de um indivíduo sempre devem estar contemplados para as tomadas de decisão.
- Oportuna: qualquer perda ou atraso de tempo deve ser evitado a todo custo, tanto do ponto de vista do paciente, quanto do ponto de vista de quem presta a assistência.
- Eficiente: a assistência ao paciente deve ser racional, sem desperdícios, sem excessos. Não devem ser gastos quaisquer recursos sem real necessidade, seja a realização de um simples exame, o uso de um equipamento, uma complexa cirurgia, leitos hospitalares ou até recursos humanos.
- Igualitária: a qualidade da assistência prestada deve ser igual para qualquer ser humano, não importando gênero, raça, idade, religião, condição econômica ou característica social ou cultural.
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