Cesárea x Parto Normal
Um dos assuntos mais polêmicos da área médica é a opção pelo tipo de parto: cesárea ou normal. Profissionais e pacientes se dividem entre os que defendem a cirurgia como forma mais segura de trazer um bebê ao mundo e aqueles que acham que a forma mais natural de parto deve ser sempre a primeira opção.
Muitas mulheres buscam as facilidades de poder programar a data e horário de nascimento dos filhos, outras querem fugir das dores do parto e há também aquelas que, por problemas durante a gravidez, não podem passar pelo trabalho de parto. Esses são alguns dos fatores que levam à escolha da cirurgia, mas, no Brasil, a porcentagem é bem mais alta do que o recomendado, 84,6%, segundo a ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar, é o índice de parto cesárea na saúde suplementar.
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Por conta disso, o Ministério da Saúde iniciou o projeto Parto Adequado, para diminuir o número de cesarianas consideradas desnecessárias no País. “Atualmente, os pacientes têm papel essencial na decisão da opção terapêutica. Em São Paulo, onde atuo, o diálogo com o paciente a respeito da opção é obrigatório e deve ser realizado desde as primeiras consultas do pré-natal. Isso fortalece a relação médico paciente e abre espaço para a discussão”, aponta Dr. Ricardo Luba, ginecologista e obstetra membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo.
Sem dor
“O principal é o desejo de não sentir dor. Conversando diariamente com minhas pacientes vejo que há muito medo do parto normal, especialmente dos riscos de sofrimento do bebê”, conta. Além da vontade da paciente, outros fatores, de ordem administrativa, também podem levar o profissional de saúde a preferir a cesárea. “Acredito que, com a desvalorização do trabalho do obstetra por várias operadoras e convênios médicos, o principal motivo é financeiro. Os valores pagos para os obstetras para o parto são extremamente baixos pela responsabilidade e pelo tempo de trabalho envolvido. No entanto, no meu consultório a paciente decide a via de parto (desde que não tenha nenhuma contraindicação)”, explica Dr. Luba.
Dessa forma, com tantas informações que bombardeiam tanto médicos como pacientes, o diálogo é sempre o melhor caminho. Quando o assunto é saúde de mãe e bebê, ser radical normalmente tem mais riscos do que benefícios.
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