ESPECIAL IBSP – CUIDADOS PALIATIVOS
“O alívio do sofrimento, a compaixão pelo doente e seus familiares, o controle dos sintomas e da dor, a busca pela autonomia e pela manutenção de uma vida ativa enquanto ela durar”, esses são os princípios que norteiam a abordagem dos cuidados paliativos. Mas será que essa definição é clara entre profissionais da área médica e público em geral?
Morfina e outros mitos em cuidados paliativos
De acordo com Dr. Ricardo Tavares de Carvalho, diretor científico da Academia Nacional de Cuidados Paliativos, nem sempre esses princípios são compreendidos e existem alguns mitos que rondam essa área da medicina. Para isso, separamos os principais mitos sobre os cuidados paliativos, confira:
Acelera a morte: o médico explica que essa informação, muitas vezes, parte do senso comum sobre a área e não se aplica. “Estudos mostram que quem recebe cuidados paliativos precocemente vive mais e com melhor qualidade”, afirma Ricardo.
É para quem está morrendo: mais uma afirmação comumente disseminada de forma equivocada. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a definição de cuidados paliativos diz que a prática é aplicada em diagnóstico de toda e qualquer doença que ameaça a vida. Ou seja, o paciente pode viver anos e anos recebendo tais cuidados.
Só serve para câncer: esse mito complementa o anterior. Muitas pessoas acreditam que o cuidado paliativo pode ser usado apenas para pacientes em fase terminal de câncer. Quando, na verdade, existem muitas doenças crônicas, degenerativas, e uma infinidade de diferentes diagnósticos que recebem abordagem desse tipo de cuidado. Inclusive no caso de crianças.
Morfina mata: o movimento que faz com que os analgésicos sejam vistos como grandes vilões acabam alimentando esse mito. Mas o médico afirma que a morfina é um dos melhores analgésicos. “Quando usado de maneira apropriada e nas doses necessárias”, ressalta.
É forma de sedar paciente: a ideia de que só é aplicado em pacientes em estado terminal leva muitas pessoas a acreditar que o cuidado paliativo consiste em sedar o paciente para que ele “espere a morte sem sofrer”, o que não acontece na prática. “Esse é um procedimento de exceção. Na literatura, é possível acompanhar que os índices variam entre 10% a 15% dos casos que necessitam desse tipo de intervenção em algum momento do tratamento”, relata Ricardo Tavares.
Saiba mais:
Saiba mais sobre o World Hospice and Palliative Care Day que é celebrado em 10 de Outubro no site: http://www.thewhpca.org/about
Conheça a Academia Nacional de Cuidados Paliativos: www.paliativo.org.br
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