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Novembro Azul: exames preventivos de câncer de próstata geram polêmica

Novembro Azul: exames preventivos de câncer de próstata geram polêmica
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Especial IBSP – Novembro Azul

Muito já foi dito sobre desmistificar o chamado exame de toque para detectar possíveis alterações na próstata. Campanhas como o Novembro Azul trabalham duro para convencer homens a fugir do preconceito e entender a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata. No entanto, não há um consenso sobre a necessidade do procedimento em pacientes que não têm histórico de câncer na família e nem algum sintoma de alteração na próstata.

O medo do possível prognóstico da doença também é um fator que contribui para a desinformação sobre o assunto e a falta de aprofundamento em discussões. Muitos pacientes não procuram informações a respeito por acreditar que a morte é certa para diagnosticados com câncer. “[Entre os mitos,] os mais frequentes são o de que o diagnóstico corresponda a um desfecho letal sempre, não havendo cura; que o diagnóstico terá sempre o mesmo impacto, independentemente da fase em que a doença é localizada; e que não adianta fazer exames para diagnóstico precoce, já que o tratamento será sempre o mesmo”, afirma Dr. Ricardo Caponero, médico oncologista da Clinonco – Clínica de Oncologia Médica, graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e com especialização em Oncologia pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clinica (SBOC).

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Apesar do objetivo da campanha bater na tecla da prevenção por meio de exames a partir dos 40 anos de idade, órgãos como o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional do Câncer acreditam que o rastreio deixa a desejar em indicações cientificas de eficácia.

Falso positivo

Em entrevista recente à Rádio Gaúcha, o secretário estadual da Saúde do Rio Grande do Sul, João Gabbardo dos Reis, graduado em medicina pela Universidade Federal do Estado, condenou exames de toque e sangue indiscriminados em todos os homens com o objetivo de fazer diagnóstico precoce de câncer de próstata.

“Não recomendamos que sejam feitos exames de rastreamento em todos os homens a partir de uma certa idade, o PSA (exame de sangue) e o exame de toque retal. Os trabalhos científicos atualmente demonstram que não existe nenhuma vantagem de as pessoas fazerem exames dessa forma”, afirmou.

Ele citou como referências o Reino Unido, que deixou de realizar rastreamento, Estados Unidos, que está no mesmo processo, e Canadá, que nunca os realizou. Essa orientação de defender que os homens realizem exames somente após alguns sintomas como perda de força do jato urinário, dificuldade para iniciar a micção, dificuldade para urinar, urinar várias vezes durante a noite ou urinar e ainda ficar com a sensação de que a bexiga está cheia, além daqueles que têm histórico de câncer de próstata na família. A contraindicação ao PSA tem a ver com o risco do resultado “falso positivo”, que desencadeia uma série de outros procedimentos invasivos para confirmação, o que aumenta a probabilidade de sequelas.

Prevenir é o caminho

Sobre prevenção, Ricardo Caponero chama atenção para a necessidade de, mais do que nunca, levar uma vida saudável, com alimentação adequada e exercícios físicos. O motivo principal é o aumento da expectativa de vida, ou seja, cada vez mais o ser humano paga o preço por viver mais e ter que lidar com possíveis doenças. “À medida que medicina contribui para uma maior longevidade, a tendência é se deparar mais com neoplasias e doenças neurodegenerativas”, conclui.

 

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