ESPECIAL IBSP – OUTUBRO ROSA
O câncer de mama é um assunto exaustivamente abordado e comentado pela mídia, campanhas de incentivo e em hospitais das redes pública e privada. Assim como a população em geral, os profissionais da área médica se deparam com desinformação sobre o assunto.
E essa desinformação, num primeiro momento, vem desde o medo de descobrir a doença e até a falsa ideia de que se submeter ao tratamento pode matar. “Infelizmente, muitas mulheres ainda vem o câncer de mama com a perspectiva de 50 anos atrás. Na época, faziam-se tratamentos agressivos, como mastectomia radical e quimioterapia, que prejudicavam muito a qualidade de vida. Para piorar, as chances de cura eram muito baixas”, conta Dr. Guilherme Novita, médico mastologista do hospital Albert Einstein e coordenador do serviço de mastologia do Hospital Paulistano.
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Por conta disso, campanhas focadas também em informar como são feitos tratamentos e as possibilidades de cura se fazem cada vez mais necessárias. “Muitas mulheres desconhecem que a maioria dos tratamentos não retira a glândula mamária. E mesmo quando isto é necessário, é possível reconstruir a mama durante a cirurgia. Além disso, também desconhecem que a quimioterapia ficou mais eficiente e os efeitos colaterais menores. Esta desinformação é perigosa, pois faz que muitas mulheres evitem fazer exames, com medo de descobrir a doença. Infelizmente, muitas delas só aparecem para tratamento com tumores grandes e com chances de cura menores”, afirma.
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Mitos e prevenção
O câncer de mama ainda é envolvido por mitos que se propagam por falta de informações atualizadas. E Dr. Guilherme explica que, em sua maioria, esses dados desencontrados têm relação com os fatores de risco. “Diferente do que sai em alguns locais da internet, não existe nenhuma comprovação que desodorante, celulares, alimentos ou anticoncepcionais causem câncer”, revela.
A possibilidade de cura também ainda é tratada como mito. “Atualmente, para os tumores detectados no início, a cirurgia é mínima e as chances de cura superiores a 95%, mas, como discutimos acima, muita gente ainda pensa como em 1950.”
Medidas de prevenção e diagnóstico precoce precisam ser o principal objetivo das mulheres em relação à doença. “A principal recomendação, apesar de não evitar a doença, é fazer mamografia anualmente após os 40 anos. Outras medidas são o controle do peso, principalmente após a menopausa, e evitar o consumo frequente de bebidas alcoólicas. A terapia de reposição hormonal da menopausa deve ter sempre acompanhamento médico e prescrita apenas para mulheres com sintomas, sempre em doses baixas e por períodos de até cinco anos”, orienta Novita.
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