Ana Paola Negretto, coordenadora de farmácia do Grupo Santa Joana, relata como é o processo na instituição para evitar eventos adversos
A manutenção de protocolos rígidos de atendimento unida ao empenho da equipe de engajar pacientes na rotina de administração de medicamento são os pontos cruciais para evitar eventos adversos nesse setor. Os protocolos asseguram o passo a passo de cada etapa do processo da cadeia medicamentosa. Uma vez seguido minimiza-se a possibilidade do erro chegar ao paciente”, afirma Ana Paola Negretto, coordenadora de farmácia do Grupo Santa Joana.
As etapas do processo de administração de medicamento são detalhadas e minuciosas na maternidade e não poderia ser diferente, já que o hospital conta com mais de dois mil profissionais de saúde contratados. “A máxima dos nove certos vale para todos os processos e setores. Se eles forem cumpridos os erros de medicamentos seja na administração, preparo, separação, prescrição estarão reduzidos a quase zero”, explica a profissional.
Processos
Para assegurar a administração correta do medicamento, o hospital adota uma série de processos que vai desde a prescrição até a conferência do paciente na outra ponta. “A preocupação inicia-se com a prescrição que é revisada pelo farmacêutico nas questões técnicas de dose, via de administração, interações medicamentosas, adequação terapêutica”, relata Negretto.
Há também uma atenção especial voltada para a retirada de estoques de medicamentos nas unidades de internação, e evitar o acúmulo de materiais no posto de enfermagem. “Os medicamentos são separados e nominados para o paciente, ou seja, ele possui endereçamento correto. Os medicamentos são entregues a cada 3 horas, mesmo com a prescrição valendo por 24 horas, com isso minimiza-se o volume de materiais no posto de enfermagem, proporciona uma maior gestão dos produtos pela equipe e reduz possibilidade de erro”, conta a profissional.
Outra medida adotada pela instituição é a produção de guias informativas a respeito dos medicamentos para consulta da equipe assistencial. “São guias de diluição e estabilidade de medicamentos, medicamentos para uso em sonda, uso com ou sem alimentos, medicamentos que possuem corantes. Os medicamentos são identificados quanto ao seu risco (alta-vigilância) que requer um cálculo de diluição e administração em dupla. Por similaridade de embalagens, similaridade de nome que requer uma maior atenção quanto a leitura dos produtos para não haver troca”, diz Negretto.
Protocolo de alta-vigilância
Além do protocolo conhecido como os nove certos, existe o de alta-vigilância, usado para casos que necessitam de medicamentos de alto-risco, que inclui a conferência dos medicamentos no ato da entrega pela farmácia, além da participação do paciente no processo.
“Os profissionais conferem o nome completo e data de nascimento, que deve ser dita pelo paciente e não lida pela enfermagem. Ao mesmo tempo o paciente lê a prescrição e o medicamento que irá receber. Essa etapa é de fundamental importância. O paciente é entrevistado pela enfermagem quanto aos medicamentos que usou antes da internação, medicamentos de uso contínuo e alergias. Portanto o envolvimento dos pacientes no processo é constante”, explica. A instituição conta ainda com treinamentos periódicos de funcionários com relação à administração, preparo e cálculo de medicamentos.
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