Síndrome de Down: atuação odontológica no contexto multidisciplinar
Toda criança deve ir ao dentista antes mesmo que os primeiros dentes comecem a aparecer. Esta visita é importante para que seja feita uma análise da parte óssea, da musculatura e de todo comprometimento sistêmico quando houver. As crianças com Síndrome de Down têm algumas particularidades e é muito importante que os pais estejam atentos. “Em uma consulta com o dentista, os pais se sentirão mais seguros em relação a como devem agir. Lembro que cada caso é diferente. É fundamental que os pacientes com Síndrome de Down se acostumem com um profissional examinando sua boca, assim ficarão sempre tranquilos, pois eles com certeza frequentarão mais o dentista do que qualquer outra criança”, reforça a Dra. Lilian Noberto, especialista no atendimento a pacientes com necessidades especiais, além de endodontista e diretora clínica da iClinic.
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O IBSP – Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente conversou com a dentista para orientar profissionais de saúde a lidar com pacientes com Síndrome de Down, sempre com o objetivo de prezar pela qualidade de vida, saúde e segurança deste paciente.
IBSP – Prevenir doenças bucais em pacientes com Síndrome de Down é melhor que remediar?
Lilian Noberto – A prevenção é sempre o melhor caminho. Os pacientes com SD precisam ser acompanhados mais de perto, com retornos mais frequentes.
IBSP – É preciso uma atuação multidisciplinar para tratar a boca de pessoas SD?
Lilian – Uma atuação multidisciplinar é necessária para um paciente com SD. Na maioria das vezes, eles apresentam alterações bucais e a fonoaudiologia é indicada, atuando conjuntamente com o dentista especialista em pacientes especiais.
IBSP – Como lidar com os problemas na dificuldade motora, o atraso na erupção dos dentes, composição salivar, baixo nível de cárie por conta do bruxismo e desgastes nos dentes na condução da saúde bucal desses pacientes SD?
Lilian – Problemas de dificuldades motoras resolvem-se com os pais escovando os dentes das crianças, mas temos técnicas e métodos que auxiliam nesta função. O atraso na erupção dos dentes, a composição salivar, a quantidade de cárie e o bruxismo serão analisados caso a caso e precisarão de acompanhamento e interferência do dentista constantemente.
IBSP – O que acaba sendo mais prejudicial é a gengivite e a periodontite, que influenciam na saúde geral do paciente?
Lilian – A periodontite e a gengivite são constantes em pacientes com Síndrome de Down, tanto para crianças quanto para adultos. Esse é um dos fatores que fazem com que eles precisem de acompanhamento. É importante lembrar que boa parte desses pacientes apresentarem problemas cardíacos e, por isso, não podemos deixar com que fiquem com esta porta aberta para entrada de bactérias, que podem atingir o coração.
IBSP – Quais suas dicas para outros profissionais dentistas atuarem com foco na segurança do paciente com SD?
Lilian – O ideal é que os dentistas se especializem em pacientes especiais. O profissional tem que ficar atento aos problemas cardíacos e também, muitas vezes, precisará receitar antibiótico antes dos atendimentos.
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