Um estudo exploratório (1) realizado no interior de São Paulo (SP) mostrou que a interrupção noturna é um dos mais frequentes fatores que interferem na qualidade do sono dos pacientes. Lembrando que o sono é regulador da homeostase humana e essencial para revigorar os sistemas do corpo, especialistas têm trabalhado para buscar alternativas para reduzir as interrupções, e assim, permitir que os pacientes hospitalizados consigam dormir por mais horas e com mais qualidade.
A Universidade da Califórnia (EUA) publicou em dezembro de 2021 na JAMA Internal Medicine um ensaio clínico randomizado sobre uma ferramenta de suporte à decisão clínica alimentada por um algoritmo de previsão em tempo real que visa reduzir a incidência de delirium e identificar aqueles pacientes clinicamente estáveis que podem, de forma segura, deixar de receber as visitas noturnas para verificações de sinais vitais.
Foram averiguadas 1.930 consultas realizadas com 1.699 pacientes internados. Metade seguiu recebendo os cuidados habituais e a outra metade teve as interrupções noturnas reduzidas. Importante enfatizar que não foram envolvidos no ensaio pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI).
Como resultado, o estudo conquistou uma diminuição bastante significativa na quantidade média de verificações noturnas de sinais vitais sem aumentar o número de pacientes que tiveram de ser transferidos para a UTI ou que receberam código azul (suspeita de parada cardiorrespiratória). Quanto ao delirium – que era o desfecho primário do estudo – não houve redução significativa.
Dessa forma, o ensaio sugere que a inclusão da tecnologia para a tomada de decisão sobre quais pacientes podem pular a verificação noturna sem que isso gere um quadro de insegurança é útil e pode auxiliar na melhora do sono dos internados. O resultado é bastante importante, visto que há evidências de que essas interrupções do sono pioram o bem-estar físico e emocional dos pacientes. Este elemento é algo fundamental quando discutimos, por exemplo, como melhorar a experiência do paciente internado em nossos hospitais.
Referências:
(1) Fatores que interferem na qualidade do sono de pacientes internados
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