No Brasil, cerca de 3,5 milhões de pessoas são submetidas a transfusões de sangue todos os anos (1). Esse procedimento, tão comum para o dia a dia hospitalar, pode desencadear reações tanto no momento da transfusão em si quanto dias ou semanas depois, colocando em risco a segurança dos pacientes.
Um capítulo do StatPearls (2) foi totalmente dedicado à essas reações, que podem ser desencadeadas por diferentes fatores relacionados a anticorpos do doador e contaminação do produto, ou a causas externas como, por exemplo, hipotermia e anomalias metabólicas.
Para prevenir que essas reações ocorram, profissionais de saúde deve avaliar o histórico médico e o estado de saúde do paciente antes do início da transfusão. Além disso, os sinais vitais devem ser monitorados a cada 15 minutos, lembrando que pequenas variações (como aumento ou diminuição de 0,5 ºC na temperatura, cinco respirações a mais ou a menos por minuto,10 batimentos a mais ou a menos por minuto e aumento ou diminuição de 20mmHg na pressão arterial) podem ser consideradas normais.
Mudanças que ultrapassam esses limites não são indicativos conclusivos de reações, mas sim um grande sinal de alerta para o monitoramento.
Infelizmente, o diagnóstico pode ser difícil, já que os sintomas normalmente são inespecíficos e, às vezes, sobrepostos. Entre os sinais mais comuns estão febre, calafrios, urticária e coceira. Caso surjam sintomas como desconforto respiratório, febre alta, hipotensão e sangue na urina, o alerta deve ser ligado para reações mais graves.
A qualquer suspeita de uma reação, a transfusão deve ser interrompida imediatamente. O paciente deve ser identificado, a bolsa do produto deve ser examinada, o monitoramento dos sinais vitais devem permanecer em intervalos regulares de 15 minutos e uma amostra de sangue deve ser coletada e enviada ao laboratório com a bolsa de sangue e o tubo utilizado (sempre que possível).
Para o tratamento, existem diretrizes diversas que envolvem o uso de anti-histamínicos e antipiréticos. Paralelamente, é sempre necessário manter o suporte ao paciente.
Referências:
(1) Doação de sangue: 1,8% da população brasileira doa sangue; meta da OMS é 3%
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