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Saiba como garantir segurança no processo de medicação em hospitais de grande porte

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A farmacêutica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Camilla Souza Rehen, pontua que o farmacêutico clínico tem um importante papel na multidisciplinaridade do cuidado ao paciente

Dentro de um hospital de grande porte, como garantir segurança no processo de medicação? Esta é uma questão que está presente no dia a dia dos diversos profissionais que atuam diretamente na medicação dos pacientes internados. Afinal, segundo Camilla Souza Rehen, farmacêutica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz o processo de medicação envolve desde a organização e gerenciamento, seleção e aquisição, estoque e armazenamento, prescrição e transcrição, preparo e dispensação, administração e monitoramento seguro dos medicamentos. “A interação sinérgica entre as diferentes áreas e profissionais propicia um fluxo assertivo, podendo ser realizado por meio de interfaces, processos, conhecimento, recursos humanos, tecnologia e treinamentos, garantindo a segurança no processo de medicação”, diz Camila.

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A seguir, confira entrevista exclusiva da farmacêutica do Portal do IBSP.

IBSP – Como analisa a função do farmacêutico clínico em ambiente hospitalar no Brasil?
Camilla Souza Rehen – Os farmacêuticos são especialistas em medicamentos e, portanto, são aptos a resolver problemas relacionados à farmacoterapia. Em um ambiente hospitalar, o farmacêutico clínico tem um importante papel na multidisciplinaridade do cuidado ao paciente. Esta interação permite a detecção de falhas no processo de prescrição, sendo um suporte aos médicos e à enfermagem com o objetivo de garantir a melhor terapêutica ao paciente. As ações voltadas para minimizar a ocorrência destes eventos envolvem várias iniciativas, dentre elas, a atuação do farmacêutico clínico na avaliação da prescrição médica com o intuito de mapear oportunidades de intervenção no que se refere, principalmente, à indicação, dose, intervalo, via e horários de administração, bem como acompanhamento farmacoterapêutico dos pacientes. Além desta atuação, o farmacêutico clínico atua também na Atenção Farmacêutica, concentrando em atividades educativas, apropriadas à realidade do paciente e família, oferecendo condição de melhor compreensão da sua doença e a importância do seguimento adequado do seu plano de cuidado até a proposta terapêutica e uso correto dos medicamentos prescritos. Isso possibilita um vínculo entre o farmacêutico e o paciente, aumentando sua fidelização com a instituição.

IBSP – Quais os principais desafios deste profissional na atualidade?
Camilla – O desafio do farmacêutico clínico é conquistar o seu espaço dentro da equipe multidisciplinar e se tornar referência como profissional que promove cuidado no uso de medicamentos adequados às necessidades do paciente.

IBSP – Como mapear os riscos da cadeia medicamentosa?
Camilla – Pelo fato da cadeia medicamentosa ser complexa, é necessária a utilização de ferramentas para identificação dos riscos e, assim, realizar ações para prevenir possíveis falhas que possam representar problemas ao paciente.

IBSP – Quais os principais riscos da cadeia medicamentosa, da seleção do medicamento à sua administração e monitoramento?
Camilla – Os principais riscos da cadeia medicamentosa dependem da avaliação particular de cada instituição, pois é necessária a avaliação da estrutura hospitalar em cada etapa da cadeia medicamentosa relacionada à mão de obra, processos, equipamentos, materiais, meio ambiente e medicações. Assim, ao conhecer as respectivas falhas potenciais será possível estimar os riscos. Entretanto, em uma avaliação ampla de toda cadeia, pode-se elencar as fases de dispensação e administração como as mais críticas.

IBSP – Como avalia a farmacovigilância mediante sua importância no monitoramento das reações adversas a medicamentos?
Camilla – A atuação da farmacovigilância está diretamente relacionada ao monitoramento de reações adversas a medicamentos em função de suas atividades serem voltadas para avaliação de questões de segurança dos medicamentos após sua comercialização nos seguintes aspectos: relação causa-efeito entre a administração do medicamento e o surgimento de efeitos indesejados ou ausência de ação farmacológica; reconhecimento de novas reações adversas; identificação de fatores predisponentes para as reações adversas; detecção e avaliação de ineficácia ou de novas indicações de fármacos não observados anteriormente; desenvolvimento de ações preventivas e de educação continuada; inclusão e/ou alteração de informações na bula dos medicamentos, quanto a efeitos colaterais, interações medicamentosas, contraindicações, dentre outros.

IBSP – A farmacovigilância tem como objetivo principal a redução das taxas de morbidade e mortalidade associada ao uso de medicamentos. Quais os desafios para fazer com que a equipe multidisciplinar esteja engajada neste objetivo?
Camilla – Pode parecer que a identificação de queixas técnicas e reações adversas pela equipe multidisciplinar seja o desafio principal, mas na prática percebe-se que a adesão desses profissionais para notificarem os casos percebidos para o serviço de farmacovigilância é o fator com maior potencial a ser trabalhado no engajamento desses profissionais. O estímulo para a realização das notificações requer um trabalho contínuo de educação e sensibilização dos profissionais por meio da divulgação dos resultados do monitoramento das notificações e riscos envolvidos com o uso de medicamentos, como, por exemplo, desenvolver a publicação de boletins internos.

IBSP – Quais são as melhores estratégias para segurança na cadeia terapêutica medicamentosa?
Camilla – As melhores estratégias para segurança na cadeia terapêutica medicamentosa (CTM) são aquelas que incorporam barreiras para prevenção de erros e eventos adversos. Essas barreiras podem ser feitas, por exemplo, por meio de duplas checagens e incorporação de tecnologias no processo.

IBSP – A tecnologia ajusta a evitar erros e eventos adversos?
Camilla – Sim, mas requer sempre cuidado na sua incorporação. A viabilidade da utilização de tecnologias permitirá o bloqueio de processos executados incorretamente pelos profissionais de saúde. É importante ressaltar que, da mesma maneira que previne e/ou elimina falhas, a incorporação de tecnologias poderá trazer novas falhas no processo se não forem avaliados os novos riscos dessa nova ferramenta.

IBSP – Na gestão clínica, os nove certos são fundamentais para evitar erros e eventos adversos?
Camilla – Sim. O cumprimento dos nove certos no preparo e administração de medicamentos permite a detecção de erros nos processos anteriores (principalmente prescrição, dispensação), prevenindo que a falha alcance o paciente. Portanto, é primordial a checagem exata do paciente, medicamento correto, forma farmacêutica certa, dose correta, horário correto, via de administração correta, registro certo, indicação certa, monitoramento certo etc.

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