A segurança do paciente é o principal motivo para que este teste seja realizado. Assim, pode-se fazer o tratamento correto, evitando agravamento e mortes da população infectada
A rede pública municipal de saúde da cidade de São Paulo começa a fazer nesta segunda-feira (18/01) a fazer testes rápidos para a detecção de quatro sorotipos de dengue. O exame está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) da capital paulista até a primeira quinzena de março, período do pico de transmissão da doença. Os resultados ficam prontos em 20 minutos.
A vantagem da técnica é a identificação da doença ainda na fase inicial da transmissão. Antes, o resultado do teste só ficava pronto em uma semana. O paciente terá o sangue coletado como num exame de sangue tradicional, não sendo necessário ficar em jejum. O teste poder ser feito por pessoas de todas as idades e não há contraindicação.
Estudo diz que médicos causam uso prolongado de antibiótico em casa de repouso
Onde nasce o problema da segurança do paciente?
Para confirmar o diagnóstico, o paciente pode ter de passar pelos exames Elisa IGM e NS1, também disponíveis da rede pública, mas que demoram uma semana para ficar prontos.
Planos de saúde
A partir deste mês, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) determinou que os planos de saúde passem também a cobrir os testes rápidos para detectar dengue e Febre Chikungunya. É possível obter ainda um diagnóstico presumido do vírus Zika. Segundo a ANS, o exame para detecção da dengue tem cobertura obrigatória.
Dengue clássica x hemorrágica
Para os profissionais de saúde, como o período é crítico, vale sempre prestar muita atenção no sintomas de alerta da dengue quando examinar seus pacientes.
Os sintomas se manifestam normalmente do 3º ao 14º dia após a picada do mosquito com o vírus, período chamado de incubação. Depois, os sintomas aparecem, e geralmente duram até 7 dias. “Na dengue hemorrágica, o quadro clínico pode se agravar rapidamente, levando a insuficiência circulatória e choque, podendo causar a morte do paciente em 12 a 24 horas”, sinaliza o Dr. Lucas Santos Zambon, supervisor da Disciplina de Emergências Clínicas do HC-FMUSP, assessor da Superintendência Médica do Hospital Samaritano de São Paulo e diretor-fundador do IBSP – Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente.
Dengue Clássica
- Febre alta (39° a 40°C) com início súbito
- Cefaleia (dor de cabeça)
- Dor retrorbitária (atrás dos olhos), que piora com o movimento deles
- Mialgia (dor muscular)
- Artralgia (dor articular)
- Prostração e astenia
- Rash cutâneo / exantema macular ou maculo-papular que pode estar associado a prurido (coceira)
- Perda de apetite
- Náuseas e vômitos
- Tosse, dor de garganta e congestão nasal
Dengue Hemorrágica
Os sintomas da dengue hemorrágica (ou Febre Hemorrágica da Dengue) no início da doença são os mesmos da dengue comum. A diferença se concentra nos fenômenos hemorrágicos, que podem ser leves como petéquias e equimoses (manifestação cutânea) e sangramentos de mucosas (principalmente epistaxe – sangramento nasal).
Mas a grande diferença ocorre quando a febre começa a cair (normalmente para valores entre 37,5–38°C). Isso geralmente acontece entre o 3º e 7º dia de doença, quando pode se instalar uma fase crítica que dura de 24 a 48h. Nessa fase, que acomete uma menor parte dos pacientes, há extravasamento do plasma da corrente sanguínea para fora dos vasos. Pode então ocorrer a chamada síndrome do choque da dengue, que é a grande causa de morte. Essa síndrome é precedida de sinais de alerta que devem ser rapidamente reconhecidos pelos profissionais de saúde:
- Dor abdominal intensa e contínua;
- Vômitos persistentes;
- Hipotensão postural e/ou lipotímia;
- Hepatomegalia dolorosa;
- Hemorragias importantes (hematêmese e/ou melena);
- Sonolência e/ou irritabilidade;
- Diminuição da diurese;
- Diminuição repentina da temperatura corpórea ou hipotermia;
- Aumento repentino do hematócrito;
- Queda abrupta de plaquetas;
- Desconforto respiratório
Saiba mais:
Avalie esse conteúdo
Média da classificação 0 / 5. Número de votos: 0