Um raio-x pode não ser a solução para dores nas costas e a água da torneira pode ser tão eficaz para limpar um ferimento quanto o soro fisiológico. Conheça os princípios da Choosing Wisely.
Como diretriz para doentes e médicos, a Academy of Medical Royal Colleges, que reúne 21 instituições de ensino de medicina no Reino Unido, divulgou os conselhos Choosing Wisely, que promovem escolhas sábias a respeito de tratamentos e exames médicos. A lista enumera 40 tratamentos e procedimentos que trazem pouco ou nenhum benefício aos pacientes. Algumas das recomendações são:
- Cortes e arranhões: a água da torneira é tão boa para limpá-los quanto soro fisiológico;
- Dor lombar: o raio-X é de pouca utilidade se não existir outro sintoma aparente;
- Câncer terminal: a quimioterapia pode ser utilizada para aliviar os sintomas, mas também pode ser dolorosa, já que não pode curar a doença e ainda promover muito sofrimento em pacientes terminais;
- Próstata: fazer exames da próstata com o famoso teste de PSA não leva a uma vida mais longa e pode gerar ansiedade desnecessária;
- Deslocamento de quadril ou ombro: podem ser tratados com sedação e analgesia dentro do próprio departamento de emergência, sem necessidade de ir para o centro cirúrgico e realizar anestesia geral.
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O coração da iniciativa Choosing Wisely é ser um alerta para que médicos e pacientes tenham uma conversa embasada sobre os riscos e benefícios de tratamentos e procedimentos.
Responsabilidade do paciente
A Academy of Medical Royal Colleges afirma ter evidências de que os pacientes também pressionam os médicos em busca de exames ou tratamentos desnecessários. Isso porque um estudo realizado no ano passado apontou que 82% dos médicos disseram que haviam prescrito ou realizado algum tratamento desnecessário. A grande maioria deste grupo citou que a pressão e a ansiedade do paciente como o principal motivo. A campanha faz parte de uma iniciativa global para reduzir o excesso de medicalização.
A academia afirma que pacientes devem sempre fazer cinco perguntas ao buscar um tratamento. São elas:
1 – Realmente preciso desse exame, tratamento ou procedimento?
2 – Quais são os riscos ou efeitos negativos?
3 – Quais são os possíveis efeitos colaterais?
4 – Há opções mais simples e seguras?
5 – O que acontecerá se eu não fizer nada?
“Todos nós temos o dever de cuidar dos recursos na área da saúde, especialmente quando o NHS, o sistema público de saúde britânico, está sob tanta pressão. O mais importante é que médicos e pacientes realmente questionem se o tratamento é realmente necessário. Intervenções cirúrgicas, por exemplo, não precisam ser a única solução oferecida por um médico, e nem sempre são a melhor saída”, diz a professora Dame Sue Bailey, presidente da Academy of Medical Royal Colleges.
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