Endocrinologista analisa as novas medicações que podem oferecer vantagens aos pacientes que sejam diabéticos
O diabetes é uma doença crônica que atinge 9 milhões de brasileiros, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o IBG. Isso significa que 6,2% da população adulta lida com o desafio de controlar o diabetes, pois a doença pode ser o gatilho para outros sérios problemas de saúde.
Farmacêutico de oncologia tem papel primordial no plano de segurança do paciente
Como controlar e reconciliar medicamentos em ambiente hospitalar
A Dra. Ana Luize Merten, especialista em Clínica Médica e Endocrinologista pela Faculdade de Medicina do Hospital das Clínicas da USP, mostra em detalhes quais as novas classes de medicações estão disponíveis no mercado e, sobretudo, analisa a segurança desses medicamentos.
Confira a entrevista exclusiva ao Portal do IBSP.
IBSP – Quais classes de medicação foram incorporadas nos últimos anos nas diretrizes de tratamento do diabetes? São medicações seguras?
Ana Merten – São três as classes de drogas novas para tratamento do diabetes tipo 2:
1) inibidores da dipeptidil peptidase-4 (inibidores da DPP-4);
2) agonistas do receptor do peptídeo semelhante ao glucagon-1 (agonistas do receptor de GLP-1);
3) inibidores do cotransportador de sódio-glicose-2 (inibidores do SGLT-2).
As duas primeiras são terapias baseadas em incretinas. Embora sejam medicamentos relativamente novos, eles oferecem um bom perfil de segurança e já estão bem estabelecidos na prática clínica.
IBSP – Essas novas medicações oferecem vantagem sobre insulinas ou outras classes de drogas mais antigas?
Ana Merten – Certamente oferecem. São medicações eficazes em reduzir a hemoglobina glicada, com as seguintes vantagens: a) baixo risco de hipoglicemia; b) efeito neutro no peso, no caso dos inibidores da DPP-4; c) perda de peso, no caso dos agonistas do receptor de GLP-1 e inibidores do SGLT-2; d) redução de eventos cardiovasculares em pacientes de alto risco foi especificamente comprovado no caso da empaglifozina, um inibidor do SGLT-2; e e) correção de várias das anormalidades da fisiopatologia do diabetes tipo 2.
IBSP – Há riscos ou eventos adversos comuns com essas drogas?
Ana Merten – Os eventos adversos mais comuns, no caso dos agonistas de receptor de GLP-1, são as náuseas. Entretanto, esse sintoma costuma acontecer apenas no início do uso e melhorar com o tempo. Já na hipótese de utilização dos inibidores de SGLT-2, os eventos adversos mais comuns são as infecções urogenitais fúngicas, como vulvovaginites e balanopostites (que podem ser prevenidas com uma higiene adequada) e mais raramente infecções bacterianas do trato urinário. Os inibidores de DPP4 costumam ser bem tolerados. Deve-se lembrar de que a maioria das drogas dessas três classes exige ajuste de dose em paciente com insuficiência renal.
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