ONA inicia o processo de revisão do Manual Brasileiro de Acreditação: Organizações Prestadoras de Serviços de Saúde. O IBSP participou dos 3 dias de trabalhos.
A ONA já iniciou os trabalhos de revisão para a próxima versão do Manual Brasileiro de Acreditação: Organizações Prestadoras de Serviços de Saúde, que inclui hospitais, laboratórios, hemoterapias, serviços de terapia renal substitutiva, de diagnóstico por imagem, radioterapia e medicina nuclear, ambulatórios, prontos-atendimentos e assistência domiciliar. “Para a versão de 2018, iremos incluir cinco tipos de serviços novos”, afirma a Dr.ª Maria Carolina Moreno, superintendente da ONA.
O IBSP – Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente foi convidado para participar da etapa atual da revisão para contribuir com suas experiências: o diretor executivo e infectologista Dr. José Branco, o diretor científico e médico Dr. Lucas Zambon, e a enfermeira e diretora de operações Karina Pires. “É um momento de analisar e rever conceitos, levando em conta o viés científico e o que a experiência prática do dia a dia nas instituições de saúde têm nos ensinado”, pontua o Dr. Branco.
Até sua versão final estar disponível, o conteúdo do manual ainda será disponibilizado para consulta pública, além de passar por validação pela ISQua – International Society for Quality in Health Care. O lançamento oficial está programado para Agosto do ano que vem e o manual entrará em vigência a partir de Janeiro de 2018.
Em entrevista exclusiva ao Portal do IBSP, a superintendente da ONA conta em primeira mão sobre o processo de revisão e o que esperar do novo manual.
IBSP – Quem participou deste comitê?
Maria Carolina Moreno – Contamos com representantes das instituições acreditadoras credenciadas (IACs), equipe técnica da ONA, especialistas convidados – como o IBSP –, organizações acreditadas e avaliadores.
IBSP – Qual era o objetivo desse encontro?
Carolina – Analisar os requisitos para que eles possam ser avaliados, em 2018, por pesos, sendo avaliados individualmente, não só como uma explicação do padrão. Então, cada requisito será avaliado de quatro formas: se ele supera o atendimento, se ele atende, se atende parcialmente ou se não é atendido. Dentro de cada subseção, processo (de assistência, apoio ou gerencial), uma pontuação mínima será exigida para cada nível estabelecido (1, 2 e 3), sendo uma alteração significativa da metodologia. Além disso, os requisitos foram revisados buscando alinhamento de conceitos importantes, com verificação da clareza e objetividade do manual, sempre considerando a questão de não prescrição.
IBSP – Qual a novidade em relação à gestão de riscos?
Carolina – Na gestão de risco, a ONA fez uma revisão do conceito utilizado até então. A partir de agora não iremos mais usar o termo “perigo”, pois ele faz parte do risco. Estamos também dando destaque à gestão de risco, e deixando claro que ela deve contemplar sim a assistência, mas que não se resume a isso, pois envolve aspectos ambientais, ocupacionais, legais e organizacionais outros. Outra coisa que também iremos eliminar, que ficou subentendido no manual de 2014, é o termo “evento sentinela”. Deixaremos de usar essa terminologia para trabalhar com a classificação da Organização Mundial da Saúde que classifica eventos como sem dano, com dano leve, moderado, grave ou óbito.
IBSP – A próxima versão será mais calcada em fontes científicas?
Carolina – O novo manual da ONA trará um referencial bastante sólido. Incorporaremos um glossário e daremos corpo às referências, com arcabouço científico, incluindo como fontes a OMS, ISO e legislação nacional.
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