Executivo da 3 Corações diz como sua experiência com desenvolvimento organizacional pode colaborar para a gestão de uma instituição de saúde
Rodrigo Correa Leite, gerente de desenvolvimento organizacional da 3 Corações S/A, acredita que a educação corporativa é um importante instrumento para que uma corporação consiga crescer estrategicamente. Neste contexto, trabalhar a liderança dos profissionais ajuda a criar um ambiente com harmonia. “A liderança fundamenta-se em princípios, entre eles o amor, a coragem e compaixão”, afirma Rodrigo.
A seguir, confira a entrevista exclusiva de Rodrigo Correa Leite ao Portal IBSP.
IBSP – Como sua experiência com desenvolvimento organizacional da 3 Corações S/A pode ajudar na gestão de uma instituição de saúde? Quais práticas e/ou princípios de uma grande empresa podem ser aplicados na saúde?
Rodrigo Correa Leite – Como trabalho com desenvolvimento humano, minha especialidade é promover habilidades de liderança. Assim todas as áreas podem ser alvo dessas ações, já que tratamos de formar ambiente de trabalho saudável e harmonioso para os momentos pessoais e profissionais.
IBSP – A educação corporativa é um dos pilares do desenvolvimento de uma organização?
Rodrigo Correa Leite – Sim. A Educação Corporativa apresenta-se como uma importante prática que tem objetivo de compartilhar conhecimentos necessários à estratégia da organização. Em Educação Corporativa tratamos do que é essencial ao negócio, dos saberes que trazem resultados esperados e sustentáveis à organização. Fortalecemos as relações de troca entre a organização e todos os seus stakeholders, através da difusão dos conhecimentos críticos.
IBSP – Quais os pilares do desenvolvimento da liderança?
Rodrigo Correa Leite – A liderança fundamenta-se em princípios. Estes norteiam as etapas para este desenvolvimento. Posso elencar como o amor, o exemplo, a coragem, a compaixão. No amor, veremos que, da mesma forma que não é possível amar alguém se você não se ama, impossível liderar alguém se você não se lidera. Desta forma, o amor sustenta o exemplo. Ame-se e cuide-se para poder ser exemplo de liderança ao cuidar e a exigir cuidado aos demais. A coragem sustenta a tomada de decisão para isso é preciso preparo, flexibilidade, estudo, resiliência e atitude de vencedor. Isso inspira outros a buscar metas. Só seguimos aquelas pessoas em que vemos nelas a chance de atingirmos nossos objetivos. E compaixão, fecha o círculo virtuoso, pois representa a tolerância ao erro, o interesse em aprender sempre ensinando, em compartilhar sua experiência protegendo os demais. É saber que erro faz parte da aprendizagem e que, por isso, liderar é ter genuíno interesse em melhorar o outro.
IBSP – Você acredita no poder do feedback. Explique para nós este conceito do feedback como um presente, ou seja, algo que deve ser útil a quem recebe e gratificante a quem dá.
Rodrigo Correa Leite – Este é uma das analogias que criei para demonstrar o que pesquisei durante mais de dez anos em feedback. Nos meus experimentos, identifiquei quais as melhores práticas, ou seja, quem faz muito bem feito e atinge os melhores resultados. Constatei que os melhores em dar e em receber feedbacks o consideram como um presente que damos a uma pessoa muito especial. Onde se a pessoa é especial, investimos tempo pesquisando melhor opção, algo que temos condições de entregar, algo que realmente seja útil a ela e prazeroso a quem entrega. Assim como num presente há dia, local e horário certo de realizar a entrega. Há presentes que podemos entregar em público e outros que são íntimos, que só interessam a quem dá e a quem recebe. Assim também o é o feedback, pois realizar um elogio (tipo de feedback) deve ser em público e toda crítica deve ser em local reservado, sem assédio ou exposição aos demais. Essas e outras analogias publiquei no meu livro “O Poder da Escutatória”, pela editora Évora.
IBSP – Isso quer dizer que um bom líder, inclusive da saúde, deve sempre escutar o que sua equipe multidisciplinar tem a dizer para depois falar (arte da oratória)?
Rodrigo Correa Leite – Todos os líderes, independentemente da área ou atividade. Pais, professores, gestores devem aprender a praticar melhor a escuta. A escuta abre os portões da aprendizagem. Permite que o relacionamento flua e seja harmonioso.
Já dizia Rubem Alves, um dos maiores escritores e educadores brasileiros, é na escuta que o amor começa e é na não escuta que o amor termina. Neste sentido, humanizado e respeitoso deve ser a relação de saúde. Em que o amor pelo paciente esteja presente em forma de transformadora e generosa escuta.
IBSP – Em suma, o que forma um bom líder?
Rodrigo Correa Leite – Acredito que um líder verdadeiro consegue engajar a todos a objetos muito maiores do que somente metas. Objetivos de vida, propósito e missão, são alguns pontos presentes nos discursos de líderes diferenciados. Além da prática das virtudes que citei anteriormente, como amor, exemplo, coragem e compaixão. Esses ingredientes podem indicar o caminho para bons resultados.
Líderes diferenciados insistem em importar-se mais com gente do que com coisas, a esses aprendi a chamar de “gentófilos”.
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