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Seu hospital está preparado para medir o resultado dos tratamentos?

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Profissionais de saúde discutem resultados: análise de indicadores após a alta permite traçar estratégias de melhoria (Bigstock)
Profissionais de saúde discutem resultados: análise de indicadores após a alta permite traçar estratégias de melhoria (Bigstock)

A importância do protagonismo do paciente durante a internação já é consenso: ele funciona como mais um membro da equipe na prevenção de incidentes e compromete-se com a sua recuperação. A teoria ainda é mais fácil do que a prática e, muitos serviços enfrentam dificuldade em incorporar o engajamento do paciente à rotina. Quando o assunto é manter o paciente como um gestor de sua saúde após a alta, reportando os resultados e consequências do tratamento em seu cotidiano, ainda são poucos os serviços de saúde que adotam a prática. Mas esse tipo de indicador de qualidade da assistência está ganhando espaço internacionalmente como uma ferramenta a serviço do paciente – e, portanto, também a serviço dos profissionais e instituições de saúde. Além de funcionar como um parâmetro objetivo para diferenciar o serviço, permite traçar estratégias de melhoria, com base em comparações. Já há sistemas que também usam esses indicadores, chamados internacionalmente de outcomes, como base para calcular a remuneração dos profissionais e o pagamento dos serviços.

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A gerente de qualidade e melhores práticas do Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, Seméia Corral, explica como a instituição adotou uma metodologia para medir resultados em algumas condições, como insuficiência cardíaca. É a da ICHOM (International Consortium for Health Outcomes Measurement), que tem foco na qualidade de vida após a alta. “A metologia analisa a experiência do paciente durante a sua estada no hospital e como ele enxerga sua recuperação a partir do tratamento que demos”, diz Seméia. “Já temos um excelente retorno de como devemos adequar a nossa abordagem educacional.” O acompanhamento é feito por até dois anos após a alta.

>> Transição do cuidado: ferramentas para evitar erros na comunicação

Os indicadores medidos pela ICHOM para insuficiência cardíaca são divididos em três grupos. Veja na imagem abaixo:

Esquema de indicadores para medir o impacto e outcomes de tratamentos para insuficiência cardíaca, elaborados pela ICHOM
Esquema de indicadores para medir o impacto e os outcomes de tratamentos para insuficiência cardíaca, elaborados pela ICHOM

Fundada em 2012, a ICHOM tem entre seus criadores o economista americano Michael Porter, da Harvard Business School. Porter, uma referência internacional, é um dos grandes defensores de modelos na saúde baseados em valor. O objetivo da ICHOM é criar padrões de avaliação internacional de resultados, para melhorar a assistência e reduzir custos. Já há conjuntos de padrões para condições que, juntas, são responsáveis por 54% dos gastos com saúde e perda da qualidade de vida no mundo. Algumas delas: hipertensão, insuficiência cardíaca, doença renal crônica, depressão e ansiedade, mal de Parkinson.  Os critérios para todas as condições são descritos no site da ICHOM (em inglês).

>> Há erros comuns na gestão de indicadores

Para saber mais sobre a experiência do HCor com análise de resultados, assista à entrevista de Seméia:

 

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