Localizadores de veias, ultrassons e bombas eletrônicas com controle de fluxo são alguns dos dispositivos disponíveis na atualidade
A nona edição do Guia de Padrões de Prática da Terapia Infusional, documento criado pela INS (Infusion Nurses Society) com quase 300 páginas de instruções sobre boas práticas para prestação de terapias infusionais seguras e de qualidade, traz um capítulo totalmente dedicado à adoção de equipamentos e ferramentas que podem contribuir tanto para a segurança dos pacientes submetidos a terapias infusionais quanto para seu conforto e bem-estar.
O documento alerta, porém, sobre a importância da escolha adequada e do uso correto desses dispositivos, incluindo o conhecimento sobre quais as indicações e contraindicações de cada um deles.
Localizadores de veias e vasos para terapias infusionais
Hoje em dia, por exemplo, as equipes clínicas contam com sistemas para localização vascular que vão desde fleboscópios até ferramentas de realidade aumentada, todos com o objetivo de facilitar a inserção de dispositivos de acesso vasculares. Pacientes neonatais ou idosos, obesos, aqueles com histórico de punção venosa frequente ou submetidos a longas terapias infusionais, bem como portadores de doenças como diabetes e hipertensão que podem alterar a estrutura dos vasos, e variações de pele como peles mais escuras, cicatrizes, tatuagens ou excesso de pelo, podem ser beneficiados com essas tecnologias.
Entre as recomendações de uso de equipamentos auxiliares, também estão a utilização do ultrassom para identificar possíveis anomalias vasculares (como trombose e oclusão), e para definição do calibre do dispositivo e do vaso mais apropriado para a terapia em curso; e o uso de dispositivos de luz que possibilitem a transiluminação das veias periféricas em casos específicos como para localização de veias em pacientes recém-nascidos. Nesse caso, o documento enfatiza que somente fontes de luz fria devem ser utilizadas a fim de evitar queimaduras térmicas.
O manual também aprova tecnologias com luz infravermelha para localização de veias bifurcadas, tortuosas, palpáveis, mas não visíveis, e de válvulas venosas particularmente em bebês e neonatos. Para isso, cita evidências científicas que sugerem mais sucesso da inserção na primeira tentativa com o uso dessa ferramenta.
Verificação da ponta do cateter em terapias infusionais
Considerando que, por vezes, a ponta do cateter em um cateter venoso central pode estar mal posicionada (a localização mais segura em adultos e crianças é a junção cavoatrial superior ou inferior), o manual traz uma sessão inteira para tratar de detalhes e recomendações acerca do assunto.
Quanto ao uso de tecnologias facilitadoras, alerta que o uso do ultrassom para localização da ponta do dispositivo não teve benefícios, até o momento, cientificamente comprovados, porém, independentemente disso, sugere a utilização em neonatos, no departamento de emergência ou de cuidados intensivos onde confirmar a localização é urgente.
Controle de fluxo e aquecedor de fluidos para terapias infusionais
Existem, à disposição da medicina, diferentes equipamentos para controle de fluxo de terapias de infusão. A escolha desses dispositivos deve ser baseada no tipo de terapia prescrita, nos riscos calculados, no ambiente de atendimento, nos recursos da instituição e em fatores do paciente como idade, condição, mobilidade, capacidade de autoadministração e tipo de dispositivo de acesso vascular que está sendo aplicado.
Para infusões de baixo risco, o manual recomenda dispositivos de controle de fluxo não eletrônicos, como infusores e bombas, principalmente no atendimento domiciliar. Já quando o fluxo tem impacto direto na segurança do paciente, sugere o uso de bombas eletrônicas que estão associadas à redução de erros e de eventos adversos.
Outro equipamento que está disponível para terapias infusionais é o aquecedor de sangue e de fluidos a fim de prevenir ou tratar hipotermia intraoperatória e tremores pós-operatórios, durante a troca de plasma para aférese terapêutica, para pacientes com aglutininas frias clinicamente significativas, para transfusões neonatais e até mesmo para aumentar o conforto do paciente. O alerta principal, nesse caso, está na utilização apenas dispositivos programados para esse fim, nunca em micro-ondas, em banho-maria ou em fornos convencionais.
Referência
(1) Infusion Therapy Standards of Practice, 9th Edition
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