Ainda dentro do contexto de segurança medicamentosa, é importante abordar questões relativas a medicamentos potencialmente perigosos (ou de alta vigilância), visto que são medicamentos que, diante de falhas, têm maior risco de provocar danos significativos aos pacientes.
Recentemente, o ISMP Brasil atualizou – e adaptou à realidade brasileira – as listas de Medicamentos Potencialmente Perigosos de Uso Ambulatorial e de Medicamentos Potencialmente Perigosos para Instituições de Longa Permanência, cujas últimas versões nacionais datavam de 2008.
Agora, por exemplo, para uso ambulatorial, todos os antineoplásicos passam a ser considerados potencialmente perigosos, incluindo medicamentos parenterais, as terapias alvo e as imunoterapias. O metotrexato de uso parenteral (fármaco utilizado para tratamento de determinados tumores sólidos e neoplasias malignas hematológicas), por exemplo, agora é considerado um medicamento de alta vigilância.
Já entre as mudanças para as instituições de longa permanência estão alterações de classes terapêuticas, como a inclusão de antiparkinsonianos, de análogos de ácido gama-aminobutírico-GABA, dos medicamentos imunossupressores e a eliminação dos hipoglicemiantes orais.
Para melhor compreensão, essas listas são divididas em duas seções, sendo que a primeira traz as classes em que todos os integrantes são considerados potencialmente perigosos e a segunda aponta medicamentos que se destacam isoladamente por apresentarem risco aumentado de danos quando há erros de medicação.
Para garantir a qualidade da assistência e manter o paciente seguro, sempre que há a utilização desses medicamentos, é recomendado padronizar a prescrição, armazenamento, preparo, dispensação e administração; ampliar a disponibilidade de informações sobre as medicações; restringir o acesso; utilizar rótulos auxiliares e alertas automáticos; empregar dupla checagem; e promover a educação dos pacientes. “Não se deve esquecer de uma etapa importantíssima e pouco explorada, que é o monitoramento de reações adversas ou erros de medicação, pois disso depende o aprendizado para evolução da segurança medicamentosa”, destaca Lucas Zambon, Diretor Científico do IBSP. O documento publicado pelo ISMP Brasil também lista todas as recomendações para prevenção de erros.
Referências:
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