Estudo sugere que esses profissionais são subaproveitados para a prevenção de erros
Pacientes pediátricos podem apresentar três vezes mais chances de vivenciar erros de medicação do que pacientes adultos. Isso ocorre, pois a medicação nesta população está sujeita a desafios como complexidade para definição de dosagem com base em peso e idade, variação farmacodinâmica e farmacocinética e uso off-label de medicamentos para certas doenças e condições.
Para compreender quais recursos de segurança em medicamentos são eficazes neste cenário, uma pesquisa foi realizada junto a 26 hospitais pediátricos – a maioria com até 400 leitos de internação – durante o ano de 2018 nos Estados Unidos. Na ocasião, farmacêuticos responderam a um questionário completo envolvendo desde dados demográficos até quais as métricas utilizadas pela instituição para avaliar e justificar os recursos de segurança implementados.
Com essas respostas em mãos, os pesquisadores concluíram que ainda convivemos com diversas barreiras para a implementação desses recursos, mas há muitas oportunidades de melhorias.
A pesquisa sugere que uma das principais barreiras para justificar o investimento em medidas de segurança medicamentosa estava na restrição orçamentária, tanto que 31% dos entrevistados disseram que, com recursos adicionais, fariam da investigação de eventos adversos relacionados a medicamentos uma alta prioridade da instituição. Porém, as equipes utilizavam pouquíssimas horas de estagiários e técnicos de farmácia – recursos mais acessíveis – para auxiliar nesses processos.
Esses profissionais, de acordo com o estudo, podem ser treinados para exercer essas atividades. Um técnico de farmácia, por exemplo, pode assumir a responsabilidade de relatar, investigar e dar feedback à equipe de farmácia sobre erros de medicação ocorridos na instituição de saúde. Pode, também, participar da elaboração de relatórios e dar suporte a projetos de melhoria de processos.
Esse ponto leva à percepção de que, ao mesmo tempo em que a alocação de recursos por questões financeiras surge como uma barreira, a formação de estagiários e técnicos no contexto da segurança medicamentosa nasce como uma oportunidade.
Referências:
(1) Evaluation of medication safety resources in pediatric hospitals
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