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Tromboprofilaxia de TEV: Europa atualiza diretrizes para segurança do paciente

Tromboprofilaxia de TEV: Europa atualiza diretrizes para segurança do paciente
Tromboprofilaxia de TEV: Europa atualiza diretrizes para segurança do paciente
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Mudanças consideram alterações no perfil da sociedade moderna, a exemplo da pandemia de obesidade 

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os anos ocorrem, no mundo, cerca de 10 milhões de casos de tromboembolismo venoso (TEV) associado a cuidados hospitalares, ou seja, aqueles que ocorrem durante a internação ou nos 90 dias seguintes após a alta.  

O tema é tão crítico que a comunidade de saúde declarou que o dia 13 de outubro é o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Tromboembolismo Venoso (TEV). Porém, graças à tromboprofilaxia – que pode ser farmacológica ou não -, muitos desses casos podem ser evitados, o que contribui com a preservação da segurança dos pacientes.  

Hoje em dia, há uma discussão importante na comunidade médica sobre o papel dos profissionais de saúde que, durante procedimentos cirúrgicos (que por si só já representam um risco para TEV), agem de maneira segura, aplicando técnicas que prometem ser benéficas para a prevenção desses eventos.  

Um editorial (1) recentemente publicado na Revista Europeia de Anestesiologia, que traz a versão atualizada das Diretrizes Europeias sobre Tromboembolismo Venoso Perioperatório, chama essa atuação de cirurgiões e anestesiologistas de “heroica”. Entre os procedimentos apontados estão a mobilização bastante precoce após a cirurgia para uma recuperação aprimorada.  

Mudanças nas diretrizes para tromboprofilaxia de TEV

A mesma Revista Europeia de Anestesiologia disponibilizou um resumo (2) com as principais atualizações dessas diretrizes, segmentando o material entre os diferentes tipos de cirurgias comuns nos hospitais europeus. O documento considera as mudanças da sociedade moderna na hora de traçar as atualizações como, por exemplo, a pandemia de obesidade que assola diversas partes do mundo.  

Os highlights estão abaixo: 

  1. Cirurgias cardíacas e vasculares – Início precoce (de 6h a 24h) da profilaxia farmacológica de TEV pós-cirurgia, desde que não haja risco significativo de sangramento. 
  1. Cirurgia torácica oncológica – Em pacientes submetidos à pneumonectomia ou esofagectomia, as novas diretrizes sugerem o uso de profilaxia estendida por 28 a 35 dias em vez manter a profilaxia apenas durante a internação hospitalar. 
  1. Cirurgias rápidas – Em casos de artroplastia de joelho ou de quadril, utilizar tromboprofilaxia com HBPM (heparinas de baixo peso molecular) ou DOAC (anticoagulantes orais diretos) somente durante a hospitalização para internações de no máximo cinco dias e com critérios de alta atingidos. 
  1. Cuidados intensivos – Pacientes de alto risco devem utilizar combinação de profilaxia mecânica e farmacológica. 
  1. Profilaxia mecânica – Em pacientes de baixo risco para TEV, que vivenciaram cirurgias rápidas, optar pela tromboprofilaxia que envolve a deambulação precoce e a hidratação ideal em substituição à profilaxia mecânica ou farmacológica. 
  1. Neurocirurgia – Para pacientes de alto risco, combinar profilaxia mecânica e farmacológica iniciando HBPM ou HNF (heparina não fracionada) nas primeiras 24 horas do pós-operatório desde que não haja risco de sangramento e a hemostasia esteja dentro dos parâmetros ideais. 
  1. Cirurgia plástica – Considerar abdominoplastias, lipoaspiração, remoção de hérnia e outras cirurgias abdominais como procedimentos de alto risco para TEV. 
  1. Cirurgias em gestantes e puérperas – Realizar avaliação individualizada para fatores de risco de TEV e atualizar essa avaliação imediatamente antes do procedimento. 
  1. Pacientes obesos em procedimentos cirúrgicos – Utilização – mesmo ainda sem evidências científicas profundas – de doses mais altas de heparina de baixo peso molecular em pessoas com IMC considerado alto. 
  1. Trauma – Início precoce da tromboprofilaxia, 24 horas após o trauma, se não houver hemorragia ativa. 
  1. Urologia – Todos os pacientes submetidos à cistectomia radical aberta, ou prostatectomia radical aberta com linfadenectomia estendida, utilizar profilaxia farmacológica associada à profilaxia mecânica. 

Referências 

(1) Progress in the prevention of hospital-acquired venous thromboembolism 

(2) European guidelines on peri-operative venous thromboembolism prophylaxis: first update. 

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