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Videogames ajudam na reabilitação de pacientes com Mal de Parkinson

Videogames ajudam na reabilitação de pacientes com Mal de Parkinson
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Videogame para pacientes com Parkinson

Especialista da USP publicou estudo sobre o tema e fala como pode melhorar o controle postural, a condição cardiorrespiratória, a marcha e a cognição de pacientes com a doença

O uso de jogos interativos na reabilitação de pessoas com mal de Parkinson já se tornou uma realidade em alguns centros especializados no Brasil e vem alcançando resultados expressivos. O Dr. José Eduardo Pompeu, do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da USP, coordenou o primeiro grupo que publicou um estudo sobre o assunto e, em entrevista exclusiva ao Instituto Brasileiro de Segurança do Paciente, explicou mais sobre o tratamento e outras inovações na área de reabilitação.

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IBSP – Há alguns anos tem se falado sobre o uso de videogames na reabilitação de pacientes com Parkinson. Como isso funciona?

Dr. José Eduardo Pompeu – Nosso grupo foi o primeiro a publicar um estudo sobre os efeitos do videogame na doença de Parkinson. Nós verificamos que 14 sessões de uma hora de duração cada, duas vezes por semana, promoveram melhora no equilíbrio corporal, na cognição e nas atividades de vida diária destes pacientes. Atualmente, novos estudos foram publicados reforçando os nossos achados. Recentemente, avaliamos os efeitos de uma nova geração de videogame, o XBOX Kinect, na doença de Parkinson. Um estudo piloto com sete pacientes nos estágios iniciais e intermediários da doença mostrou que o treinamento com os jogos de videogame pode melhorar o controle postural, a condição cardiorrespiratória, a marcha e a cognição de pacientes com doença de Parkinson. Atualmente, estamos desenvolvendo um ensaio clínico randomizado que irá comparar os efeitos do videogame com a fisioterapia convencional.

IBSP – Qual é o impacto na vida do paciente?

Dr. Pompeu – O treinamento com o videogame pode contribuir para a melhora das condições físicas e cognitivas citadas na resposta anterior. A melhora nestas condições pode repercutir no desempenho nas atividades de vida diária. Por se tratar de uma doença crônica e degenerativa, pacientes com Mal de Parkinson necessitam realizar fisioterapia por muitos anos. Neste sentido, é importante buscar novas intervenções que estimulem, entre outras coisas, a adesão dos pacientes por meio da motivação. Assim, os videogames podem ser considerados como uma estratégia divertida e motivadora de intervenção fisioterápica. Além da motivação, o videogame contribui com vários fatores para a aquisição ou melhora de habilidades motoras. Os jogos oferecem feedback visual e auditivo, possibilitam o conhecimento do desempenho e dos resultados dos movimentos direcionados para a tarefa, estimulam a repetição dos padrões de movimento em condições variáveis, entre outros fatores que sabidamente contribuem para a aprendizagem motora.

IBSP – Já está sendo usado fora de ambientes de testes? Como estão sendo os resultados?

Dr. Pompeu – A realidade virtual já está sendo utilizada em grandes centros de reabilitação como a AACD, rede Lucy Montoro e Sarah Kubitscheck. Além disso, muitos fisioterapeutas têm utilizado os videogames em seus consultórios, em atendimentos domiciliares ou mesmo em ambiente hospitalar. Os resultados têm sido positivos, porém os protocolos de utilização e os critérios de seleção dos jogos de acordo com as características dos pacientes ainda precisam ser aprimorados.

IBSP – Existem outros tratamentos alternativos que surgiram depois disso? Quais são as novidades nesta área?

Dr. Pompeu – Novos estudos sobre a estimulação elétrica transcraniana por corrente direta e a estimulação magnética transcraniana têm apresentado resultados interessantes, porém as pesquisas ainda estão em estágios iniciais. Novos sistemas de realidade virtual têm surgido como, por exemplo, o sistema Motek, esteiras com pistas externas virtuais e sistemas imersivos de realidade virtual. Outro recurso que começou a ser estudado é o treino de marcha assistido por robô. Contudo, apesar destas novas tecnologias promissoras, a fisioterapia convencional baseada nos guidelines têm mostrado resultados semelhantes ou superiores aos efeitos promovidos pelos novos recursos.

 

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