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Criar núcleo de segurança do paciente em hospitais é desafio

Criar núcleo de segurança do paciente em hospitais é desafio
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A implantação do núcleo de segurança nas organizações de saúde tornou-se obrigatória com a publicação da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) número 36, do Ministério da Saúde, em 2013. Porém, constituir um núcleo focado na promoção de uma assistência segura e também na orientação aos pacientes, familiares e acompanhantes de pessoas internadas é um desafio grande, ainda mais levando em conta a grandiosidade do Brasil.

A enfermeira Karina Marcia Pires Pecora, com MBA Executivo em Saúde pela FGV – Fundação Getúlio Vargas e especialista em enfermagem corporativa de qualidade, trata do tema com propriedade. “O cenário do contexto hospitalar contemporâneo ainda está baseado em redução de custo assistencial e na incorporação de novas tecnologias. Poucos priorizam a segurança do paciente como ferramenta de gestão de risco para redução de danos nas organizações de saúde”, afirma.

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IBSP – O tema segurança do paciente tem, normalmente, boa receptividade dos profissionais de saúde? Por quê?
Karina Pecora – Inicialmente sim, mas ainda existe certo desconhecimento do tema, visto que a primeira grande publicação que marcou a “Segurança do Paciente” no mundo aconteceu há 16 anos com o relatório do Institute of Medicine nomeado “To Err is Human” (Errar é Humano), em 1999. A visão da maioria dos profissionais permanece míope com uma falsa sensação de segurança e uma postura defensiva na abordagem de erros na assistência aos pacientes.

IBSP – Quais são os maiores desafios na implantação de um núcleo de segurança do paciente em hospitais?
Karina Pecora – A ideia é sistematizar as práticas assistenciais para evitar danos futuros aos pacientes por meio da incorporação de uma cultura de segurança, de ferramentas de gestão risco e desenvolvimento e implementação de protocolos de segurança. Contudo, o apoio da alta direção das instituições torna-se fundamental para a implantação deste trabalho, além de estabelecer preferencialmente uma equipe multiprofissional dedicada à gestão do núcleo.

 IBSP – O que muda na rotina do profissional da área médica? Dá mais trabalho?
Karina Pecora – A gestão de segurança do paciente torna-se positiva no dia a dia dos profissionais de saúde, desde que incorporem e entendam que as mudanças (notificação de erros, implantação de listas de verificação, funções forçadas, simplificação de processos entre outros) estão baseadas na redução das chances de um incidente acontecer.

 IBSP – É correto dizer que adotar tais medidas protege também o profissional da área médica? Por quê?
Karina Pecora – Sim, sem dúvida. As ações que complementam a gestão de risco e segurança do paciente, quando efetivamente implementadas e monitoradas, diminuem significativamente as chances de os profissionais de saúde tornarem-se facilitadores de erros e eventos adversos.

 IBSP – Em quanto tempo o profissional costuma se adaptar às mudanças decorrentes da implantação de um núcleo de segurança do paciente?
Karina Pecora – Toda mudança depende da maturidade de uma cultura de segurança que está ligada a basicamente três situações: o conhecimento, a compreensão do risco e a compreensão de segurança. Dessa forma é difícil mensurar um tempo para algo pouco tangível, o que podemos é acompanhar periodicamente o resultado da nossa assistência ao paciente nas organizações de saúde.

 IBSP – Quais problemas rotineiros podem ser evitados com essas medidas?
Karina Pecora – Basicamente, um dos primeiros resultados pode ser evidenciado com o gerenciamento de protocolos assistenciais baseados nas metas de segurança do Programa Nacional de Segurança do Paciente. Por exemplo, a redução de queda em pacientes, a redução de úlceras por pressão, o controle de infecções relacionadas aos cuidados, entre outros.

 

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