Mamografia: Nova Diretriz muda Rotina
No último dia 20 de outubro, a American Cancer Society (Sociedade Americana de Câncer) publicou as mais recentes diretrizes sobre rastreamento de câncer de mama em mulheres com risco médio para a doença.
Considera-se uma mulher com risco médio para desenvolver o câncer de mama aquela que não tem uma história prévia de câncer de mama, mas com suspeita ou confirmação de mutação genética associada ao risco de câncer de mama (como os genes BRCA1 e BRCA 2), ou uma exposição à radioterapia em idade jovem (por exemplo, para o tratamento de um linfoma).
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A nova diretriz traz três importantes mudanças: a idade para o início da realização das mamografias, a frequência com que os exames devem ser feitos, e modificação da recomendação sobre o exame físico da mama por pacientes e médicos.
Riscos x benefícios
Estas recomendações são feitas para guiar as decisões de rastreamento. E, para isso, o mais importante é que tanto profissionais quanto as mulheres entendam os benefícios, os riscos e as limitações no rastreamento do câncer de mama.
O benefício claro é a redução na mortalidade por conta deste tipo de câncer, algo mensurável em termos populacionais, mais do que individuais. Entre os riscos e limitações, há a possibilidade de detectar uma lesão que não é câncer. E isso motivará a realização de uma biópsia, o que está atrelado a aumento de ansiedade e estresse causado pelo medo da confirmação do diagnóstico, além de aumentar possíveis gastos. Além disso, o tumor descoberto pode não ser uma ameaça à vida da paciente, ou seja, não faria diferença ter sido detectado.
Novas recomendações
- Mulheres com um risco médio de câncer de mama devem ser submetidas a rastreamento periódico com mamografia, começando aos 45 anos de idade. (Recomendação Forte)
- Mulheres com idade entre 45 a 54 anos devem ser rastreadas anualmente. (Recomendação Qualificada)
- Mulheres de 55 anos e mais velhas devem fazer a transição para triagem bienal ou ter a oportunidade de continuar o rastreio anualmente. (Recomendação Qualificada)
- As mulheres devem ter a oportunidade de começar a seleção anual entre as idades de 40 e 44 anos. (Recomendação Qualificada)
- As mulheres devem continuar o rastreamento com mamografia, desde que a sua saúde geral seja boa e que tenha uma expectativa de vida de dez anos ou mais de vida. (Recomendação Qualificada)
- A American Cancer Society não recomenda exame clínico da mama para o rastreamento do câncer de mama entre as mulheres de risco médio em qualquer idade. (Recomendação Qualificada)
Entenda as recomendações
As recomendações têm significados diferentes para médicos e pacientes. Para os médicos, uma recomendação forte significa que a ação deve ser tomada para a maioria dos indivíduos, por esse ser considerado um critério de qualidade na assistência. Na ótica do paciente, isso quer dizer que a maioria das pessoas deve querer a ação recomendada.
Já uma recomendação qualificada é aquela que deve embasar a discussão do profissional com a paciente para que a decisão leve em conta também os valores e as preferências individuais. Isso significa que a maioria dos pacientes vai querer que as ações recomendadas sejam realizadas, mas alguns podem querer algo diferente da diretriz, e isso significa conversar mais com o médico para esclarecer as dúvidas.
Referência
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