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Anvisa lança guia para gerenciamento de risco da qualidade no setor farmacêutico 

Anvisa lança guia para gerenciamento de risco da qualidade no setor farmacêutico 
Anvisa lança guia para gerenciamento de risco da qualidade no setor farmacêutico
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Documento envolve processos industriais e regulatórios e estabelece recomendações, porém não tem caráter normativo 

Em 19 de julho deste ano, entrou em vigor o Guia de Gerenciamento de Riscos da Qualidade, um instrumento regulatório não normativo publicado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que traz recomendações sobre as melhores práticas para procedimentos, rotinas e métodos no segmento farmacêutico, área que envolve naturalmente determinado grau de risco. 

A Agência entende por gerenciamento de riscos da qualidade a definição de um processo sistemático para avaliação, controle, comunicação e revisão dos riscos à qualidade do medicamento em todo o ciclo de vida útil do produto. Para o guia, utiliza, como base, o ICH (Conselho Internacional de Harmonização de Requisitos Técnicos para Produtos Farmacêuticos para Uso Humano), iniciativa que promove a discussão sobre aspectos científicos e técnicos entre autoridades reguladoras e indústria farmacêutica. 

O documento, disponível para download — clique aqui e baixe —, traz princípios e exemplos de ferramentas para o gerenciamento de risco da qualidade, envolvendo desde o desenvolvimento e a fabricação dos produtos até mesmo a distribuição e as etapas de inspeção e submissão. A proposta é garantir a qualidade e evitar prejuízos durante todo o processo. 

Para dar início às definições, são listados dois princípios básicos:  

  1. A avaliação do risco à qualidade deve ser baseada no conhecimento científico e, em última instância, vinculada à proteção do paciente. 
  1. O nível de esforço, formalidade e documentação do processo de gerenciamento de riscos da qualidade deve ser compatível com o nível de risco. 

A publicação traz, então, um fluxograma com a visão geral do processo padrão de gerenciamento de riscos da qualidade e lista as responsabilidades dos tomadores de decisão, que envolve assumir a coordenação do gerenciamento de risco; assegurar que os processos sejam definidos, implementados e revisados e que haja disponibilidade tanto de recursos quanto de conhecimento; e garantir que a subjetividade nas atividades de gerenciamento de riscos seja gerenciada e minimizada para facilitar a tomada de decisões cientificamente robustas. 

Para iniciar o processo de gerenciamento de risco, primeiramente o time deve compreender qual é o problema, reunindo informações básicas e dados sobre os danos e os impactos na saúde humana. Posteriormente, deve definir um líder para o projeto e quais os recursos que serão utilizados, além de estipular um cronograma. 

A avaliação do risco, em si, envolve compreender o que pode dar errado, qual a probabilidade de dar errado e quais serão as consequências esperadas. Por fim, entra-se no processo de controle do risco, momento onde o time analisa se o nível do risco está acima do aceitável, o que pode ser feito para reduzir ou eliminar esse risco, qual o equilíbrio adequado entre benefícios, riscos e recursos e que novos riscos podem surgir. 

O guia também trata da comunicação e da revisão do risco, definição do nível de formalidade exigido, abordagens para a tomada de decisão baseada em riscos e gerenciamento da subjetividade, que pode impactar diretamente a eficácia do projeto. Ao abordar metodologias possíveis, lista fluxogramas, planilhas de verificação e métodos bastante conhecidos no circuito da segurança do paciente, como o FMEA.  

Outro ponto destacado no documento diz respeito à integração do gerenciamento de risco da qualidade e ao treinamento das equipes nas operações industriais e regulatórias, o que facilita os processos e promove o melhor uso dos recursos nas duas pontas. 

O documento tem alta importância também no contexto da segurança do paciente, principalmente ao considerar que muitos dos eventos adversos evitáveis estão relacionados a medicamentos. Ao listar as principais recomendações, auxilia na tomada de melhores decisões em todo o processo farmacêutico. 

Referências

(1) Guia de Gerenciamento de Riscos da Qualidade – Anvisa – 2023 

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