Com a necessidade de entregar uma assistência melhor, mais segura e que fortaleça desfechos clínicos mais positivos, somada à urgência de redução dos custos dos sistemas de saúde surgiu o conceito de Value-Based Healthcare, traduzido como Saúde Baseada em Valor. O tema, que vem sendo mundialmente debatido, envolve todos os atores da complexa cadeia de saúde e promove mudanças nas atuais formas de assistência.
Muitos dos principais conceitos hoje utilizados pelas instituições que abraçam a premissa da Saúde Baseada em Valor foram descritos no livro “Redefining Health Care – Creating Value-Based Competition on Results” (1), escrito por Michael Porter e Elizabeth Olmsted Teisberg. A publicação, que usa o sistema de saúde dos Estados Unidos como pano de fundo, questiona a qualidade do atendimento e a sustentabilidade dos principais atores da complexa cadeia de saúde.
As observações do livro circundam o fato de que há uma competição equivocada nos moldes atuais, onde prevenir, diagnosticar e tratar com excelência deixa de ser o fator mais importante, abrindo espaço para buscas que não priorizam nem o bem-estar do paciente, nem as finanças corporativas. Isso levaria a uma disputa onde o objetivo deixa de ser entregar valor para esse paciente e passa a ser obter volume de procedimentos e ganhos financeiros.
O investimento na mudança de formato para a criação de um sistema fundamentado na saúde baseada em valor envolve a dedicação de um time multidisciplinar a cada atendimento, a mensuração da condição clínica do paciente e seu desfecho, a avaliação dos custos atrelados àquela condição e a adesão a um modelo de remuneração que recompense os provedores de acordo com os resultados.
Para isso, é preciso compreender o que define valor para o paciente e uma apresentação da Harvard Business School (2) lista alguns dos principais indicadores: taxa de sobrevivência; recuperação; tempo de retorno às atividades normais; complicações ou desconforto durante o tratamento; recaídas; e sequelas de longo prazo.
Com base nesses dados há uma mudança na forma de pagamento. Hoje, no Brasil, há prevalência do modelo fee-for-service, que recompensa os prestadores com base nos procedimentos que foram realizados. Porém, esse formato não está alinhado com as premissas da Saúde Baseada em Valor. Nessa mudança, que soa como um dos principais desafios, os prestadores são remunerados com base nos desfechos, ou seja, na mensuração de valor daquele paciente. A teoria diz que ao remunerar por valor gera-se uma competição pelos melhores desfechos, e não pelo maior número de procedimentos.
Considerando esse cenário, torna-se indispensável que todos os atores da saúde, sejam gestores, líderes, trabalhadores e até mesmo as agências reguladoras, estejam alinhados quanto aos princípios do Value-Based Healthcare.
Educação continuada
O IBSP está com inscrições abertas para o curso “Saúde Baseada em Valor”. Voltado a profissionais da saúde e tutorado por Christiane Padovani, enfermeira com 15 anos de experiência em qualidade e segurança do paciente, mestre em Saúde do Adulto e que há dois anos atua com desfecho clínico e escritório de valor; o curso apresenta os princípios e conceitos da Value Based Healthcare e explica os melhores processos para mensurar os desfechos atrelados aos custos organizacionais.
Christiane faz o acompanhamento durante todo o curso e há, também, aula virtual apresentada ao vivo. Entre os temas abordados estão conceitos da Saúde Baseada em Valor, unidades de práticas integradas, desfecho clínico, custos e modelos de pagamento. Ao final do curso, o aluno estará apto a compreender o cenário do mercado da saúde e as transformações necessárias para maior entrega de valor aos pacientes, fontes pagadoras e prestadores.
Clique AQUI para se matricular.
Referências:
(1) Redefining Health Care: Creating Value-Based Competition on Results
(2) Value-Based Health Care – Harvard Law School – March 2018
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