Os pesquisadores descobriram um novo tipo de resistência contra o comum antibiótico ciprofloxacina
A resistência antibiótica avança a passos largos. Isso porque pesquisadores descobriram no patógeno oportunista Pseudomonas aeruginosa, descrita na revista Antimicrobial Agents and Chemotherapy.
Clique aqui e confira o estudo.
Este novo mecanismo complementa um arsenal já existente em que as bactérias têm de combater a ciprofloxacina. A ciprofloxacina, ou CIP, é uma quinolona que atua bloqueando as enzimas topoisomerase e girase de DNA no local, à medida. O acúmulo desses complexos leva à morte celular. Para evitar a morte por CIP, as células alteram a concentração intracelular. Porém, as células podem impedir a ligação da CIP ao seu alvo, ou alterar a droga. Na nova pesquisa, o autor Victor Chávez-Jacobo e a cientista sênior Martha Ramírez-Díaz descrevem um novo tipo de alteração: a adição de um grupo fosforil a ciprofloxacina.
A equipe científica observou primeiro que a resistência à ciprofloxacina foi transferida pelo plasmídeo pUM505, originalmente identificado num isolamento clínico e bem caracterizado pelas suas sequências de virulência e conferindo resistência. Para identificar o gene responsável pela fosforilação da CIP, a equipe científica analisou as sequências gênicas codificadas e observou homologia entre um gene, orf131 (renomeado para crpP), e um aminoglicosídeo transferase da Mycobacterium smegmatis. Eles testaram a função da crpP expressando-a em Escherichia coli ou Pseudomonas aeruginosa, demonstrando assim um aumento nas concentrações inibitórias mínimas (CIMs) de CIP.
A Pseudomonas aeruginosa expressa por crpP teve aumentos em outras MICs de fármacos da família das quinolonas, mas nenhuma expressão em E. coli nem P. aeruginosa afetou a MIC de outros antibióticos, incluindo aminoglicosídeos. Os estudos determinaram que a resistência fosse devida à fosforilação do fármaco.
A resistência codificada pelo plasmídeo é mais facilmente difundida entre cepas bacterianas e espécies do que a resistência codificada cromossomicamente, tornando a descoberta da crpP em um plasmídeo muito mais assustadora.
Isso significa que essa descoberta não é apenas perigosa para aqueles que sofrem de infecções por P. aeruginosa, mas que o gene pode ser transmitido para organismos relacionados, levando à disseminação da resistência CIP. A boa notícia é que a identificação do gene facilitará a vigilância da resistência, pode impedir sua disseminação antes de ter um grande impacto na clínica.
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