Responsável por acolher pacientes e familiares, o assistente social tem um papel imprescindível no bom andamento da rotina hospitalar
Assistente Social e Segurança do Paciente
O trabalho desse profissional muitas vezes facilita o tratamento e a boa orientação, podendo até prevenir complicações futuras. Confira a entrevista exclusiva do IBSP com a coordenadora do setor psicossocial do Hospital Samaritano, Marcia Megumi Endo Kato, sobre a importância da assistência social para a segurança do paciente.
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IBSP – Como o assistente social está ligado à segurança do paciente?
Marcia Megumi Endo Kato – Esta ligação inicia-se no acolhimento, no vínculo com o paciente e seus familiares. Ao serem acolhidos, sentem-se seguros também, fortalecendo a confiança na equipe. Assim, trabalhamos a tríade biopsicossocial, auxiliando a equipe a diminuir riscos.
Um exemplo seria a sensibilização da família sobre a importância de o paciente idoso ter um acompanhante, evitando risco de queda, delirium, entre outros. Outro exemplo é a organização da alta do paciente, quando existe alguma alteração na rotina dele e da família. Neste caso, prestamos auxílio e orientações referentes à nova realidade, indicando, inclusive, recursos públicos e da comunidade.
IBSP – Qual a importância desse profissional na rotina de um hospital?
Marcia – O assistente social circula por todas as unidades, por todos os setores, consegue ter a visão holística, podendo, assim, auxiliar em várias etapas dos processos e dos protocolos institucionais. É fundamental seu auxílio nos desfechos dos casos acompanhados.
IBSP – O assistente social ajuda os profissionais da área de saúde? Como isso é feito?
Marcia – O assistente social consegue junto à equipe multiprofissional ser um facilitador e um mediador de vários conflitos que podem surgir durante a internação, sejam de ordens familiares, profissionais ou de planos de saúde.
IBSP – Quais são os maiores desafios que o assiste social enfrenta nos hospitais? Por quê?
Marcia – Atualmente, o corre-corre do dia a dia, a inserção da mulher no mercado de trabalho e o envelhecimento da população são fatores que dificultam a disponibilidade dos familiares acompanharem a internação de seus entes, tornando-se um desafio receber o paciente que se tornou dependente de cuidados no domicílio.
Outro desafio não só do assistente social, mas da equipe, é a transição da multidisciplinaridade para interdisciplinaridade. É um exercício diário de demonstração de maturidade da equipe multidisciplinar, referente a respeito, aceitação, compreensão. Quando atingirmos este ponto será inexorável o caminho para transdisciplinaridade.
IBSP – Os profissionais de saúde, em sua maioria, têm consciência da importância do assistente social? Como é essa relação?
Marcia – Sim. Grande parte dos profissionais respeita o trabalho do assistente social e cada vez mais solicita sua presença, devido à sua visão sistêmica, sendo essencial nas mediações de conflitos e orientações referentes a dinâmica familiar, a redefinição de papéis no núcleo familiar, a recursos da comunidade, etc.
IBSP – Quais as vantagens para o paciente ter disponível em uma instituição de saúde um assistente social?
Marcia – Poder contar com o acolhimento do assistente social, ter um canal de escuta, e um profissional que tentará auxiliar nas questões que estão afligindo o paciente e seus familiares no momento do adoecimento, faz toda a diferença.
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