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Acompanhamento próximo de farmacêutico independente melhora a segurança do paciente?

Acompanhamento próximo de farmacêutico independente melhora a segurança do paciente?
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Estudo promoveu uma intervenção em casas de repouso; carga de medicamentos sedativos foi reduzida com a atuação desses profissionais

A construção de equipes multidisciplinares coesas e alinhadas com os propósitos de qualidade é primordial para o fortalecimento da cultura de segurança. Farmacêuticos independentes cuidando com mais proximidade dos pacientes poderiam contribuir com esse cenário?

Um estudo randomizado (1) estimou a eficácia, o custo-efetividade e a segurança desses profissionais como prescritores em casas de repouso. O projeto foi conduzido no Reino Unido em ambientes com idosos com pelo menos 65 anos utilizando no mínimo um medicamento prescrito.

Entre as intervenções, estavam: visitas semanais durante seis meses, elaboração de um plano de assistência farmacêutica para cada paciente, revisão e conciliação de medicamentos, treinamento das equipes, apoio a procedimentos medicamentosos, desprescrição e autorização de prescrições. Os dados foram comparados com outro grupo, que não passou por essas intervenções e seguiu com o plano habitual.

Entre os resultados observados, um se destacou: o índice de carga de medicamentos. No grupo de intervenção, houve uma redução de quase 20% na carga de drogas anticolinérgicas/sedativas tomadas pelos pacientes. Essa carga está associada ao aumento da mortalidade, das quedas, das fraturas de quadril, da fragilidade e à redução da qualidade de vida. Com isso, nota-se que a atuação desses farmacêuticos independentes promoveu uma desprescrição eficiente e que pode contribuir com a segurança referente ao uso de medicamentos. Os outros desfechos avaliados – inclusive a taxa de queda – não sofreram alterações significativas.

Diante dos resultados, um ponto precisa ser enfatizado e diz respeito a uma certa limitação do estudo. Apesar de ser um projeto grandioso, envolvendo muitas instituições de saúde variadas, o período de seis meses de acompanhamento pode ter sido insuficiente para uma análise mais aprofundada, até porque muitos dos benefícios das desprescrições podem levar mais tempo para serem observados.

Independentemente das limitações, o estudo merece atenção. “Em uma realidade distinta, o resultado da exploração desse estudo foi positivo. Mas que ganhos poderíamos ter em nossa sociedade? Esse é um debate muito pertinente para nós, visto que o Brasil é um país continental, que tem um alto custo de saúde e carece da implementação da cultura de segurança do paciente em todos os ambientes”, comenta Lucas Zambon, diretor científico do IBSP.

Referências:

(1) Evaluation of effectiveness and safety of pharmacist independent prescribers in care homes: cluster randomised controlled trial

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