Evidências internacionais (1) mostram que a taxa de TEV entre pacientes ortopédicos sem qualquer estratégia de prevenção costuma ser bastante alta, chegando a 60% nos pacientes submetidos à artroplastia total de quadril e a 85% naqueles que vivenciam uma artroplastia total de joelho. Tradicionalmente, a profilaxia destes eventos é feita com heparinas de baixo peso como a enoxaparina, mas a aspirina também aparece como sugestão em diretrizes. Sendo assim, para prevenir e garantir a segurança dos pacientes, qual a melhor escolha: aspirina ou enoxaparina?
Conduzido em 31 hospitais australianos, um ensaio clínico randomizado (2) buscou uma resposta para essa questão. Para isso, foram selecionados 9.711 pacientes adultos com média de 68 anos que passaram por esses procedimentos cirúrgicos (exceto aqueles que receberam anticoagulação pré-operatória ou que tinham alguma contraindicação médica para um dos dois medicamentos envolvidos no estudo).
Divididos em dois grupos, os pacientes receberam – por 35 dias após as cirurgias de quadril e por 14 dias após as de joelho -, aspirina em uma dosagem de 100 mg por dia ou enoxaparina em uma dosagem de 40 mg por dia. O desfecho primário foi a ocorrência de TEV sintomático em 90 dias (incluindo embolia pulmonar e trombose venosa profunda).
No grupo que utilizou aspirina, a taxa de TEV sintomática foi de 3,45% e no grupo que utilizou enoxaparina a taxa foi de 1,82%. Dessa forma, o estudo sugere que a aspirina apresenta um resultado significativamente inferior à enoxaparina, mas reforça ser importante que a comunidade científica invista em novos estudos para descobrir os efeitos dessas duas medicações quando aplicadas à prevenção de TEV nos cenários de cirurgias ortopédicas.
Referências:
(1) Profilaxia do tromboembolismo venoso em cirurgia ortopédica
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